Ribeirão Preto, Domingo, 21 de Novembro de 1999

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Narcotráfico diversifica, e passa a distribuir drogas por vias aérea e terrestre na região

da Folha Ribeirão


O narcotráfico diversificou as formas de distribuição da droga na região de Ribeirão para dificultar a ação repressiva da polícia.
A Polícia Federal estima que a maior parte do entorpecente ainda chega pelas rodovias, mas as pistas clandestinas, as estradas de cana e até as rodovias vicinais funcionam como pontos de desembarque da droga.
O delegado-chefe da regional da Polícia Federal, Roberto Procópio, afirma que a opção pelas rodovias vicinais é uma estratégia recente devido à maior atenção que a polícia tem dado às pistas de pouso clandestinas.
A PF estima que o número de pistas clandestinas para pouso de aviões monomotores, os mais usados pelos traficantes, em um raio de 200 km de Ribeirão Preto possa chegar a mil.
Nas rodovias vicinais, os traficantes procurariam os horários de menos movimento e "bombardeariam" a droga na estrada.
A tática do "bombardeio" (procedimento em que os pacotes da droga são arremessados do avião em pleno ar) também é a preferida nas pistas clandestinas. Nas entregas, dificilmente o avião aterrissa.

Exceção
Uma exceção ocorreu em julho do ano passado, quando um avião Cessna 210 pousou na pista de Batatais com cerca de 213 quilos de crack na calda, sendo capturado por agentes da Dise.
O próprio DAC (Departamento de Aviação Civil), ligado ao Comando da Aeronáutica, admite que não tem estrutura para fiscalizar aviões e pistas clandestinas (leia texto nesta página).
Segundo o delegado da PF, Ribeirão é um grande corredor do tráfico.
A droga que passa pela cidade segue para Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro.
A posição estratégica entre rodovias, principalmente a Anhanguera e a Washington Luís, seria o fator determinante.
O crescimento do consumo de drogas em Ribeirão, de acordo com a PF, também influenciaria a consolidação de Ribeirão como pólo de narcotráfico.
A droga que vem para Ribeirão é produzida no sul da Bolívia, no caso da cocaína, e Paraguai, no da maconha. A rota do tráfico teria o Estado de Mato Grosso do Sul, mais especificamente Cáceres, na fronteira com a Bolívia, como ponto de partida. (VÂNIA CARVALHO E ALESSANDRO BRAGHETO)


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