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Narcotráfico diversifica, e passa a distribuir
drogas por vias aérea e terrestre na região
da Folha Ribeirão
O narcotráfico diversificou as formas de distribuição
da droga na região
de Ribeirão para dificultar a ação repressiva da polícia.
A Polícia Federal estima que a
maior parte do entorpecente ainda chega pelas rodovias, mas as
pistas clandestinas, as estradas de
cana e até as rodovias vicinais
funcionam como pontos de desembarque da droga.
O delegado-chefe da regional da
Polícia Federal, Roberto Procópio, afirma que a opção pelas rodovias vicinais é uma estratégia
recente devido à maior atenção
que a polícia tem dado às pistas de
pouso clandestinas.
A PF estima que o número de
pistas clandestinas para pouso de
aviões monomotores, os mais
usados pelos traficantes, em um
raio de 200 km de Ribeirão Preto
possa chegar a mil.
Nas rodovias vicinais, os traficantes procurariam os horários
de menos movimento e "bombardeariam" a droga na estrada.
A tática do "bombardeio" (procedimento em que os pacotes da
droga são arremessados do avião
em pleno ar) também é a preferida nas pistas clandestinas. Nas
entregas, dificilmente o avião
aterrissa.
Exceção
Uma exceção ocorreu em julho
do ano passado, quando um
avião Cessna 210 pousou na pista
de Batatais com cerca de 213 quilos de crack na calda, sendo capturado por agentes da Dise.
O próprio DAC (Departamento
de Aviação Civil), ligado ao Comando da Aeronáutica, admite
que não tem estrutura para fiscalizar aviões e pistas clandestinas
(leia texto nesta página).
Segundo o delegado da PF, Ribeirão é um grande corredor do
tráfico.
A droga que passa pela cidade
segue para Campinas, São Paulo e
Rio de Janeiro.
A posição estratégica entre rodovias, principalmente a Anhanguera e a Washington Luís, seria o
fator determinante.
O crescimento do consumo de
drogas em Ribeirão, de acordo
com a PF, também influenciaria a
consolidação de Ribeirão como
pólo de narcotráfico.
A droga que vem para Ribeirão
é produzida no sul da Bolívia, no
caso da cocaína, e Paraguai, no da
maconha. A rota do tráfico teria o
Estado de Mato Grosso do Sul,
mais especificamente Cáceres, na
fronteira com a Bolívia, como
ponto de partida.
(VÂNIA CARVALHO E ALESSANDRO BRAGHETO)
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