Ribeirão Preto, Domingo, 20 de Maio de 2001

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FÁBIO SOARES
Por mais um acidente

O Botafogo hoje na final do Paulista é um acidente. Soa hostil, mas é a verdade. Sem destaques individuais ou coletivos, dono de uma campanha razoável, acabou indo longe demais. É um azarão como não se via na decisão estadual desde 1989, quando o São José enfrentou o São Paulo.
O clube de Ribeirão Preto soube sim aproveitar o regulamento ganhando cinco pontos preciosos nas disputas de pênaltis, mas é modesto em índices como aproveitamento de passes, desarmes e total de finalizações.
Precisando vencer, o Botafogo tem uma eficiência de 37,3% nas finalizações, a sexta pior durante a fase de classificação. Apesar de ter igualmente uma campanha irregular, o Corinthians tem, entre os 16 participantes, o melhor aproveitamento em passes e bolas perdidas e a segunda melhor eficiência nas finalizações.
A numeralha perde a importância no momento do "pega pra capar", a Ponte Preta que o diga, porém a equipe da capital sobra em mais dois pontos fundamentais: camisa e jogadores com capacidade de desequilibrar, o Santos que o diga.
Os ares de Ribeirão Preto vivendo um final de semana de metrópole, no entanto, são uma vantagem concreta inconteste ao Botafogo. Apesar da previsível invasão corintiana ao Santa Cruz hoje, a parcela botafoguense vai influenciar hoje como não será possível na finalíssima do Morumbi, no próximo domingo.
Por fim, apesar de ser a zebra, o técnico Lori Sandri deve fazer de Geninho, do meu Santos, uma lição de como não se portar como pequeno, que depois de reverter todas as desvantagens jogou tudo para o alto em bicões desgovernados. Pela postura anunciada, de jogar nos contra-ataques, é querer que a vitória venha em mais um acidente de percurso.

E-mail fluiz@folhasp.com.br

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