Ribeirão Preto, Sábado, 12 de Fevereiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CLIMA
Mais 11 casas foram interditadas pela Defesa Civil e correm risco de desabar em Franca
Chuva derruba casas e desabriga 15 famílias


free-lance para a Folha Ribeirão

do enviado especial a Franca

Três casas desabaram e outras 11 foram interditadas e correm o risco de ruir no bairro Moreira Júnior, em Franca, em razão das chuvas. No total, 15 famílias estão desabrigadas na cidade.
A primeira das moradias começou a ruir na terça-feira, na rua Clotilde Marchi Salmazzo.
As fortes chuvas e o solo de Franca (de arenito bauru) são os principais motivos do desabamento dos imóveis, segundo o engenheiro civil Clóvis Ribeiro Guimarães, da Secretaria dos Serviços Urbanos e Rurais.
"Hoje (ontem), conseguimos controlar o desmoronamento. O solo é muito frágil e algumas construções antigas foram feitas sem critério técnico."
O índice pluviométrico na cidade atingiu nos 11 primeiros dias deste mês 163 milímetros, contra 79 milímetros no mesmo período no ano passado.
Em janeiro, quando as chuvas foram de 563 milímetros (contra 239 milímetros em 99), três famílias já haviam sido retiradas de suas casas por risco de desmoronamento em Franca.
De acordo com Guimarães, o ponto de desabamento no Jardim Dermínio é uma voçoroca em "nascimento". "Precisamos conter o avanço dela", disse.
Em Franca, são cerca de 30 voçorocas (desmoronamentos causados por erosão), que deixam 50 famílias em situação de risco.
A prefeitura está recuperando apenas uma, a do Jardim Líbano, cuja obra está consumindo R$ 500 mil, segundo Guimarães.
Para as obras em outros dois bairros, são necessários R$ 6 milhões. "Não temos recursos."
A cidade tem uma camada de argila de cerca de cinco metros abaixo do solo, o que faz com que a terra pareça "gelatina", provocando o deslizamento, de acordo com o engenheiro civil.
A Defesa Civil de Franca montou um esquema para atender as vítimas.
Quatro famílias estão em um ginásio e as outras foram encaminhadas para casas providenciadas por assistentes sociais.



Recursos
Segundo o secretário da Cidadania, Valdir Barbosa, o prefeito Gilmar Domicini (PT) deve ir a Brasília hoje para pedir recursos.
O pedreiro Carlos Alberto Carvalho, 29, que teve sua casa destruída pela erosão, disse que há um ano o local está estranho. "Quem está em casa pula quando passa um caminhão na rua."
Segundo o aposentado João Antônio da Silva, 54, a imobiliária que loteou o bairro ainda não efetuou obras de infra-estrutura.
Em Ribeirão, a concessionária Luwasa e a prefeitura fizeram um acordo para resolver o problema de enchentes na avenida Francisco Junqueira, em seu principal ponto de alagamento.
As obras incluem o levantamento de uma das paredes do córrego (que são de 60 centímetros a 1 metro menores que do outro lado) e melhorias na rede.
No ano passado, 160 carros da concessionária foram danificados pelas chuvas, segundo o proprietário César Wadhy. "O prejuízo foi grande", afirmou.
A prefeitura informou que no passado a concessionária desviou o trajeto do córrego, o que contribuiu para os alagamentos.


Texto Anterior: Casas de jogos culpam Indesp por situação
Próximo Texto: PDIV da Ceterp amplia incentivos
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.