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Família de policial militar morto
credita situação à falta de leis
DA FOLHA RIBEIRÃO
A família do soldado José Adalberto Serafim, 34, aponta a falta
de leis mais rigorosas como o motivo do aumento dos homicídios
em Ribeirão Preto.
Serafim foi morto durante uma
troca de tiros com os ladrões que
roubaram a Caixa Econômica Federal em novembro do ano passado.
"Ele levou um tiro de fuzil no
peito; acertou o coração. Tentaram salvá-lo, mas não tinha jeito",
disse o irmão do soldado, o marceneiro Alberto Serafim Guilherme, 43, que mora na cidade há 22
anos.
Para Guilherme, Ribeirão Preto
deixou de ser uma cidade e passou a ser um local onde a violência
tomou conta das ruas, e as pessoas estão se trancando dentro de
suas casas para não serem assaltadas ou mortas.
"A gente só continua aqui (em
Ribeirão) porque temos emprego,
e seria muito difícil começar em
outra cidade", disse.
Tanto ele quanto a irmã, a dona-de-casa Elisabete Serafim Guilherme, 42, acreditam que a falta
de uma lei mais rigorosa acaba incentivando as pessoas a cometer
crimes. "Hoje, uma pessoa mata e
logo está solta nas ruas. Isso traz a
sensação de impunidade", afirmou ele. "A lei precisa ser mudada. Hoje em dia, os bandidos é
que estão mandando no mundo",
disse Elisabete.
De acordo com a dona-de-casa,
o filho do irmão morto está passando por tratamento psicológico
para superar a morte do pai. "Ele
vai lá em casa e diz: essa moto era
do papai. E fica toda hora pedindo
para ver a foto dele", disse.
Para o marceneiro, a desestruturação do lar e a grande quantidade de pessoas ligadas às drogas
têm feito a violência aumentar.
"Nós fomos criados, desde pequenos, trabalhando e aprendemos a respeitar nossos pais. Hoje
em dia, acabou tudo isso", disse.
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