Ribeirão Preto, Segunda-feira, 08 de Janeiro de 2001
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VIOLÊNCIA Maior aumento proporcional foi registrado em Franca, seguida de São Carlos; em Ribeirão, foram 264 mortes Homicídios batem recordes na região
DA FOLHA RIBEIRÃO Os homicídios ocorridos nas três principais cidades da região -Ribeirão Preto, Franca e São Carlos- bateram recordes de casos e apresentaram aumento de até 90% nos últimos 12 meses. O maior crescimento percentual foi em Franca, onde houve dez casos em 99 e 19 ocorrências em 2000 (90%). São Carlos vem em segundo lugar, com aumento no período de 55,55% -subiu de 18 casos para 28. Mesmo tendo um acréscimo percentual menor que nas outras cidades, o crescimento dos assassinatos em Ribeirão (12,34%) representa 29 casos a mais que em 99 (mais que as diferenças de Franca e de São Carlos), quando foram mortas 235 pessoas. No ano passado, o total foi de 264. Em Ribeirão e em São Carlos, a polícia atribui à proliferação das drogas ilícitas a maior parte dos homicídios. Já em Franca, a polícia crê em crimes passionais -brigas de casais, por exemplo- como a grande causa. O recorde em Ribeirão é quebrado há três anos seguidos. O século terminou com cerca de dois mortos a cada três dias. O aumento nesses três anos foi de 46,66%, pois, em 1997, foram registrados 180 assassinatos. Para o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Ribeirão Samuel Antônio Zanferdini, 33, é "quase impossível" uma redução no índice, porque 90% das mortes têm ligação com os entorpecentes. "É um usuário que morre porque não pagou o traficante ou o traficante que manda um devedor matar um rival para quitar sua dívida", disse. Para Zanferdini, as "guerras" entre gangues também influem nesse aumento. "Até as mortes ocorridas na cadeias de Ribeirão são reflexo dessas brigas de gangues", disse o delegado. Uma das regiões onde mais ocorrem confrontos entre gangues é compreendida pelo 5� DP (Distrito Policial), responsável por 37,5% dos homicídios. Fazem parte da área os bairros Quintino Facci, Avelino Palma e algumas favelas. Cadeias As mortes ocorridas nas três unidades prisionais da cidade -cadeia 2, Vila Branca e Penitenciária- também contribuíram para a elevação dos casos. Nessas unidades, morreram 17 pessoas em 2000. A campeã de casos é a cadeia 2 (14 mortes), seguida pela Vila Branca, com duas, e a penitenciária, com uma. Para o delegado-seccional de Ribeirão, José Manoel de Oliveira, o grande culpado por essas mortes nas unidades prisionais da cidade é o próprio governo. "Eles fazem um depósito de presos e querem que não aconteça nada", afirmou. De acordo com ele, as polícias da cidade têm se unido para tentar encontrar métodos para diminuir o número de homicídios. "Infelizmente, o mundo vive uma cultura da morte, na qual a pessoa acha que matar a outra é a solução. Temos de mudar essa mentalidade", disse. Próximo Texto: Família de policial militar morto credita situação à falta de leis Índice |
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