São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011

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Estados tentam acordo sobre royalties

SP, RJ e ES querem que União crie fundo para compensar não produtores de petróleo, o que evitaria impasse no STF

Governadores irão se reunir em Brasília nesta semana para debater impasse na distribuição de recursos do pré-sal


VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO

GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA

Governadores de Estados produtores e não produtores de petróleo se reúnem quinta-feira, em Brasília, para tentar um acordo sobre a divisão de royalties do pré-sal.
O Congresso aprovou, no ano passado, emenda do deputado Ibsen Pinheiro (PMDB-RS) que incluiu os Estados não produtores na partilha dos royalties do pré-sal.
Em dezembro, o ex-presidente Lula vetou a emenda. O Congresso ameaça derrubar o veto, o que levaria a questão para o STF (Supremo Tribunal Federal).
Em reunião na semana passada, Geraldo Alckmin (São Paulo), Luiz Fernando Pezão (Rio) e Renato Casagrande (Espírito Santo) esboçaram uma proposta pela qual os Estados produtores manteriam a prerrogativa de receber os royalties, e a União criaria um fundo para compensar os Estados que não produzem petróleo.
Proposta semelhante foi encaminhada ao Congresso pelo governo juntamente com o veto de Lula, mas não atendeu, na época, ao pleito dos Estados não produtores.
"Temos de chegar a um acordo para evitar que a questão chegue ao Supremo", disse à Folha o governador Renato Casagrande.
Ele acha que caberia à União ressarcir os Estados que não são contemplados hoje com royalties de petróleo, uma vez que a maior parte do que é arrecadado fica com o governo federal.
Os Estados não produtores tratam com cautela a proposta de acordo. "Não há como sair tudo resolvido num primeiro encontro. Temos de levar diálogo e bom senso para a mesa de negociação", diz o governador de Sergipe, Marcelo Déda, representante dos Estados do Norte e do Nordeste na discussão.
O petista acha que uma coisa será possível acordar na reunião de quinta-feira: que os dois lados da disputa concordem em adiar a votação do veto enquanto se negocia um acordo.
Pressionado por congressistas dos Estados não produtores, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), havia se comprometido a convocar uma sessão do Congresso para o dia 13 de julho para analisar o veto.
Sarney anunciou a criação de uma comissão para analisar as propostas de conciliação que já tramitam na Casa e tentar costurar um texto que agrade a todos.
Congressistas de Estados não produtores vão lançar amanhã uma frente parlamentar para pressionar pela distribuição igualitária.
Com maioria no Legislativo, o grupo quer que Sarney mantenha o compromisso de votar o veto. " Se não houver acordo, derrubamos o veto", disse o deputado Marcelo Castro (PMDB-PI), um dos articuladores da frente.


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