Justi�a abre a��o contra nove 'aloprados'

A Justi�a aceitou uma den�ncia do Minist�rio P�blico Federal de Mato Grosso contra nove pessoas envolvidas no caso que ficou conhecido como esc�ndalo dos "aloprados". Trata-se da negocia��o de um dossi�, em 2006, contra o ent�o candidato do PSDB ao governo de S�o Paulo, Jos� Serra.

Entre os denunciados est�o Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso, Osvaldo Bargas e Gedimar Pereira Passos, que trabalhavam na campanha de reelei��o do ex-presidente Luiz In�cio Lula da Silva.

Constam ainda da den�ncia os nomes de Hamilton Lacerda, ex-bra�o direito do hoje ministro Aloizio Mercadante (Educa��o), e do empres�rio Valdebran Padilha, que em 2004 atuou como arrecadador da campanha do PT � Prefeitura de Cuiab�.

A den�ncia, apresentada � Justi�a Federal no dia 14 e aceita no dia seguinte, atribui ao grupo os crimes de forma��o de quadrilha, contra o sistema financeiro, de lavagem de dinheiro e declara��o de informa��o falsa em contratos de c�mbio.

Os outros denunciados s�o os empres�rios Fernando Manoel Ribas Soares, Sirley Silva Chaves e Levy Luiz da Silva Filho (cunhado de Sirley). Fernando e Sirley s�o s�cios na Vicatur, empresa de turismo suspeita de ser a origem de parte do R$ 1,7 milh�o (no c�mbio da �poca) que seria supostamente usado na compra do dossi�: eles s�o acusados de fraude em opera��o de c�mbio.

A trama foi desmontada na noite de 15 de setembro de 2006, quando a Pol�cia Federal prendeu Valdebran e Gedimar com R$ 1,168 milh�o e US$ 248,8 mil num hotel. A origem da maior parte do dinheiro segue desconhecida.

Segundo a den�ncia, o objetivo do encontro no hotel seria "arrematar as negocia��es" em torno de um pacote que inclu�a um v�deo e documentos que desestabilizariam a campanha de 2006 ao governo paulista, criando um v�nculo entre o candidato do PSDB, Jos� Serra, com a "m�fia dos sanguessugas".

'ALOPRADOS'

O termo "aloprados" foi cunhado pelo pr�prio Lula para designar os petistas envolvidos no epis�dio, que repercutiu negativamente em sua campanha e, para muitos, foi decisivo para que houvesse segundo turno.

No inqu�rito da PF, Mercadante e seu tesoureiro da campanha, Jos� Gi�como Baccarin, chegaram a ser indiciados por crime eleitoral.

A pol�cia suspeitava que o dinheiro para pagar o dossi� teria vindo de um suposto caixa dois. O indiciamento foi depois revogado pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

A Procuradoria diz que os laudos "n�o demonstraram que os recursos provieram de campanha".

"N�o se pode afirmar, como pretende a autoridade policial, que o numer�rio apreendido era destinado para pagamento de material que seria utilizado na campanha". Segundo a Procuradoria, isso � apenas uma presun��o.