São Paulo, sábado, 21 de maio de 2005

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PAINEL DO LEITOR @ - leitor@uol.com.br


Desmatamento
"Há poucos dias, fomos inculpados pelas abusivas taxas de juros cobradas pelos bancos. Agora, de acordo com declarações da ministra do Meio Ambiente, somos os culpados pelo desmatamento da Amazônia. Será que a ministra quer dizer que, quando contratamos o serviço de um marceneiro, por exemplo, devemos ir à marcenaria fiscalizar a procedência da madeira utilizada? Se for esse o caso, gostaria de receber treinamento e remuneração do governo para exercer tal atividade."
Patricia Bertollo Limongi (Belo Horizonte, MG)

Correios
"A seção "Painel" (Brasil, pág. A4) de 19/5 trouxe duas notas ("Segura peão" e "Código genético') cujo conteúdo não corresponde à verdade. Diferentemente do que foi informado, o secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, não fez nenhum telefonema nem deflagrou nenhuma "operação" visando à permanência de Eduardo Medeiros de Morais na diretoria de Tecnologia dos Correios."
Marcelo Sereno, secretário nacional de Comunicação do PT (São Paulo, SP)

Resposta da jornalista Vera Magalhães, repórter do "Painel" em Brasília - Dois deputados e dois ministros relataram ter sido procurados pelo secretário-geral do PT, Sílvio Pereira, que lhes pediu ajuda para manter Eduardo Medeiros de Morais na diretoria de Tecnologia dos Correios e para descaracterizá-lo como representante da cota do partido no órgão.

Fipe e MBA
"Em relação à nota "MEC veta Fipe" (coluna "Mercado Aberto", Dinheiro, pág. B2, 20/5), cabe esclarecer que a análise feita pela SESu no processo de credenciamento especial da Fipe para a oferta de cursos de especialização em nível de pós-graduação lato sensu seguiu o mesmo critério utilizado para a análise de qualquer instituição, dentro do princípio de isonomia, básico na atividade administrativa e que tem pautado todas as ações do Ministério da Educação. Concluída a análise, o processo foi encaminhado para deliberação da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação."
Mário Portugal Pederneiras, diretor do Departamento de Supervisão da Educação Superior do Ministério da Educação (Brasília, DF)

Mérito
"Considero frágeis os argumentos da Folha -já por diversas vezes exposto em editorial- contrários às políticas de cotas. Em primeiro lugar, o mérito é, em si mesmo, um critério tão ou mais arbitrário do que o critério racial. Nenhum cidadão tem o direito de ser selecionado com base no "mérito". Todos têm o direito apenas e tão-somente de serem tratados com igual consideração e respeito. Isso significa dizer que não há relação direta e necessária entre respeitar esse importante princípio e realizar seleções com base no "mérito". Como se sabe, o vestibular é uma prova muito questionável, baseada num tipo de exame e determinados conteúdos que favorecem aqueles que estudam em escolas particulares (que são, em regra, brancos). A idéia de "mérito", enfim, precisa ser mais bem trabalhada para que a Folha saia do lugar-comum no qual ainda parece estar inserida."
Lucas Borges de Carvalho, mestrando em filosofia do direito pela UFSC (Florianópolis, SC)

Morte na rua
"É revoltante a declaração da professora Maria Cristina Faria da Silva Cury, nova secretária da Saúde do (des)governo José Serra, que expõe com uma crueza assustadora a real face da desumana política do PSDB para a cidade e para os moradores de São Paulo, sobretudo para os mais pobres e esquecidos nas franjas do miolo belga da cidade, tão prezado pelos tucanos e seus asseclas."
José Yuri Pires Brancoli (São Paulo, SP)

Armas
"Gostaria de fazer alguns reparos à carta do senhor Denis Mizne, publicada nesta seção em 18/5. 1. Os jovens de 15 a 24 anos mencionados são, em sua esmagadora maioria, "baixas" da guerra do tráfico. E esse número não irá alterar-se com o Estatuto do Desarmamento. 2. A veracidade da queda dos homicídios em São Paulo (alegados 18%) foi posta em dúvida aqui na Folha em texto publicado em 17/1/05. 3. Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro, o primeiro bimestre de 2005, em comparação com o mesmo período de 2004, teve um acréscimo de 9,6% (108 casos) no total de homicídios. Segundo a Folha (4/5/05), esse número supera o recorde histórico de 1995. A redução nas internações hospitalares (no Rio, houve queda de 10,5%) tem uma explicação: os bandidos estão atirando para matar, e as vítimas já chegam mortas aos hospitais. 4. A Polícia Federal não consegue informar o número de armas registradas no Brasil até 2004, mas divulga uma informação muito mais difícil de ser obtida: a redução no número de armas roubadas em 2004 -e é ainda capaz de atribuir tal queda à campanha do desarmamento. 5. "Impressão digital" de armas e marcação da munição são medidas inócuas quando se sabe que o orçamento da PF foi cortado em 58% (R$ 242 milhões)."
Pedro A. H. Souza (Cabo Frio, RJ)

Solução covarde
"Cumprimento a Câmara de São José dos Campos (SP) pela proibição da distribuição da pílula do dia seguinte na rede pública. Além de a pílula ser abortiva, o propalado planejamento familiar defendido pelo Ministério da Saúde busca suprir a ineficiência do governo em resolver os seus problemas administrativos e econômicos. O governo querer acabar com os pobres porque não consegue oferecer boas condições para que nasçam e vivam com dignidade é uma solução simplesmente covarde."
Marisa Stucchi da Silva (São Paulo, SP)

Tapuia
"Em sua coluna de ontem (Cotidiano), Barbara Gancia utilizou o termo tapuia de forma preconceituosa? O que ela quis dizer com aquilo? Quis associar tapuia a ignorante, a antiprofissional? Poxa, vida, temos milhares de formas de fazer brincadeiras e questionamentos sem ofender outras "raças". Racismo não é só um branco criticar um negro."
Jackson Figueiredo (São Paulo, SP)

Moralidade
"Dia desses, li na Folha o texto "Ações de Fontelles devem influenciar na escolha de novo procurador-geral". Causa estranheza que o PT, que sempre se colocou acima do bem e do mal e sempre pregou insistentemente a moralidade e a transparência, possa agora, no poder, admitir certos comportamentos. Quer dizer que o procurador-geral da República tem de ser daqueles "colaboradores" afinadinhos com o governo? Daquele tipo que empurra a sujeira para debaixo do tapete e engaveta o que não interessa ou pode criar embaraço? O senhor Fontelles tem sido de um profissionalismo exemplar e incontestável. É preciso que o Congresso mude urgente as normas de escolha do PGR. Brigaram tanto por mudanças -da Lei da Anistia até o "Fora, Collor'- e acabaram por mergulhar o país na lama, permitindo que a corrupção se transformasse numa endemia. Onde estão os caras-pintadas?"
João Carlos Gonçalves Pereira (Lins, SP)


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