São Paulo, domingo, 20 de maio de 2001

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PAINEL DO LEITOR

São Paulo
"A propósito da reportagem "PT tenta apoio do TCM para driblar a lei" (Cotidiano, pág. C1, 12/5), é bom que se esclareça o seguinte: Primeiro, diferentemente do que dá a entender a reportagem, não representei o partido ao encontrar-me com o presidente do TCM. Segundo, não fui negociar, fui argumentar com o conselheiro a legalidade de incluir os inativos nos gastos com a educação. Terceiro, driblar a lei, como está no título, é a opinião do jornal, não um fato. Não há nenhuma procedência nessa afirmação. Do ponto de vista jurídico, defendo a legalidade, porque a Lei de Diretrizes e Bases da Educação não proíbe a inclusão dos inativos. Há opiniões semelhantes e divergentes sobre a matéria entre petistas e juristas. Já em 1999, como presidente da Comissão de Finanças, defendi a legalidade da inclusão, o que demonstra minha coerência e que o PT nunca teve posição fechada sobre a matéria."
José Mentor, vereador, líder de governo da prefeita Marta Suplicy (São Paulo, SP)

Resposta do jornalista Gilmar Penteado - A reportagem não afirmou que o líder do governo Marta Suplicy foi incoerente em sua posição. Apenas lembrou que o PT criticava o drible que os governos de Paulo Maluf e Celso Pitta deram na lei ao incluir os inativos na verba da educação. Em 1998, o PT conseguiu criar uma CPI da Educação. Os petistas apontavam o não-cumprimento da legislação para justificar a investigação. De fato, em 1999, Mentor foi voz solitária em sua bancada em defesa da inclusão dos inativos durante discussão do Orçamento de 2000. A nova CPI da Educação, criada em fevereiro deste ano a pedido do próprio PT, também aponta a manobra contábil usada por Maluf/Pitta e Marta como irregular.

Energia
"A festa da Casa Verde foi também vítima do apagão de Fernando Henrique Cardoso. Amanhã o bairro completa 88 anos. Neste ano, a nova administração, juntamente com a comissão de festa, havia programado eventos para ontem e para hoje. Hoje haverá, a partir das 10h, desfile das escolas da rede pública, apresentação do coral e da banda da PM, passeio ciclístico e ato cívico. Com o decreto do governo FHC, a Casa Verde viu apagar-se um pouco o brilho de sua festa. Esse aniversário da Casa Verde, que agora traz a marca do apagão, deve servir para que acendamos as velas, para que possamos encarar a responsabilidade de construir um novo tempo com a luz da honestidade, da transparência e da seriedade e para que comecemos definitivamente a "apagar" da nossa história a corrupção e a exclusão social. Neste ano, ficamos devendo parte da festa. Mas que isso nos sirva de móvel para fazermos, a partir do verde de nossa casa, a esperança de nosso amanhã."
José Luiz Leite, administrador regional da Casa Verde (São Paulo, SP)

"Fiquei decepcionado ao verificar que nenhum dos muitos jornalistas das imprensas escrita, falada e televisionada se lembrou de perguntar ao senhor Pedro Parente e a seus pares, na entrevista coletiva realizada sexta-feira para anunciar as medidas do governo para o racionamento de energia elétrica, se o ICMS vai incidir sobre o valor das sobretaxas de 50% e 200% nas contas de quem não cumprir a meta estipulada. É impressionante a facilidade como integrantes do governo FHC falam em taxações de 50% e 200% ao mês, quando os vários índices inflacionários (só no Brasil, para existir tantos índices de inflação discordantes) indicam inflação anual entre 6% e 10%. FHC mostra mais uma vez seu famoso linguajar, "esqueçam meus escritos e falas", para demonstrar a sua total falta de credibilidade ao prometer, há menos de uma semana, que não haveria multas nem taxações. E foge da CPI como o Diabo foge da cruz."
Anacio Haddad (São Paulo, SP)

Foto
"Parabenizo Caio Guatelli pelo excelente trabalho fotográfico publicado na Primeira Página e no caderno Dinheiro (pág. B5) em 17/ 5. Destaco que, dos trabalhos fotográficos do aeroporto de Congonhas, esse foi um dos mais belos que tive a oportunidade de apreciar."
Willer Larry Furtado, superintendente da Infraero no Aeroporto Internacional de Congonhas (São Paulo, SP)

Prefeitura
"Gostaria de agradecer à sra. Marta Suplicy e ao secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, em nome de todos os que utilizam o serviço de transporte público em São Paulo, o aumento da tarifa de ônibus. Finalmente, depois de atendidas mais uma vez as reivindicações dos empresários do setor, teremos um transporte ágil, limpo, confortável, vazio e seguro. Ainda mais. O trabalhador que recebe um salário mínimo e necessita utilizar duas conduções para chegar ao trabalho e mais duas para voltar para casa terá desembolsado, no fim do mês, R$ 112. O restante ele poderá gastar em alimentação, saúde, educação e lazer."
Ricardo Bertini Filho (São Paulo, SP)

Futebol tecnológico
"Ao fazer uso do ponto eletrônico, o técnico do Corinthians, Wanderley Luxemburgo, confirma que dá pouco ou nenhum valor à pratica leal do esporte. Ao misturar a tecnologia com o esporte, sem nenhuma transparência, como fez no jogo da sua equipe contra o Santos, pode estar inaugurando no futebol a era do vale-tudo, em que todos perderão. Um futebol que mereceu inclusive CPI, e se apresenta tão desfigurado, não precisa de mais nada."
Paulo Fernando dos Santos (Sorocaba, SP)

Giannotti
"O filósofo José Arthur Giannotti usa, com sua dialética magistral, toda a página 3 da Folha para justificar a "inevitável" zona de imoralidade da política e acalmar a consciência daquela relevante parcela da imprensa brasileira que protege o desmonte neoliberal do país. Tudo é dito como se a política devesse se acantonar sempre num simples jogo de poder, afastando qualquer utopia humanista e social. Sugiro que amanhã esse mesmo espaço seja usado pela primeira frase, em letras garrafais, do oportuno artigo "Os apagados" (Brasil, pág. A5, 17/5), de Janio de Freitas, jornalista cuja consciência não precisa ser acalmada. Diz ele: "O aumento do custo para o consumidor (falando da energia elétrica, mas poderia ser também das passagens de ônibus em São Paulo), como querem o governo e parte da mídia, é a solução da prepotência e do discricionarismo social, logo a solução tipicamente de direita: punir quem se torna punível não por ter culpa, mas por ser a parte sem força de reação"."
José Aristodemo Pinotti, professor titular de ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (São Paulo, SP)



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