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HOSPITAIS NA UTI
A situação dos hospitais universitários (HUs) federais inspira cuidados, para usar um eufemismo caro aos médicos. Vários deles já tiveram de limitar os atendimentos em prontos-socorros e reduzir procedimentos, além de renegociar dívidas com fornecedores.
Nos casos mais extremos, a Universidade Federal de Goiás e a Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro tiveram de suspender o atendimento de urgência. Até o Hospital
São Paulo, vinculado à Universidade
Federal de São Paulo, teve de fechar
seu pronto-socorro por 15 dias. A
unidade só foi reaberta no início deste mês, depois que o Ministério da
Saúde liberou uma verba de R$ 25
milhões para os HUs. A situação, porém, está longe de ser resolvida. Segundo a Abrahue (Associação Brasileira de Hospitais Universitários e
Entidades de Ensino), as dívidas de
apenas 18 dos 45 HUs federais ultrapassam os R$ 130 milhões. Os outros 27 HUs não informaram o total
de seus débitos.
Há o problema da falta de pessoal.
Os HUs federais são, como as universidades a que estão vinculados,
subordinados ao Ministério da Educação (MEC). E, por conta dos duros
esforços de ajuste fiscal, o MEC não
realizou concursos públicos nos últimos anos para preencher as vagas
dos servidores que foram demitidos
ou se aposentaram. Para suprir a carência de mão-de-obra, os HUs foram terceirizando os serviços. Verbas que deveriam ser destinadas ao
custeio dos hospitais foram paulatinamente desviadas para manter o
quadro de pessoal.
Manter um hospital público, oferecendo procedimentos complexos à
população carente, é uma tarefa cara,
mas necessária. Pode-se disfarçar
contabilmente os custos por algum
tempo, mas, mais cedo ou mais tarde, eles reaparecem ou o sistema entra em colapso. A pergunta que o
país precisa responder é se ele está
disposto a realmente proporcionar
saúde aos pobres. Se a resposta for
afirmativa, como espera-se que seja,
é preciso arcar com os custos.
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