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Dia Mundial do Doente
LUCIANO MENDES DE ALMEIDA
Ontem, 11 de fevereiro, comemorou-se o 7� Dia Mundial do Doente e o
Jubileu para os enfermos, sob a proteção de Nossa Senhora de Lourdes, em
cujo santuário milhões de pessoas recuperam a coragem no sofrimento, a
graça da conversão e muitas vezes o
dom da saúde. Nessa ocasião o papa
João Paulo 2� enviou mensagem alentadora ao mundo.
1) Ao lembrar as conquistas dos últimos decênios, constata uma eficácia
maior da medicina e enfermagem na
prevenção e cura das doenças e no
prolongamento da vida, graças à tecnologia avançada e a remédios adequados. É lamentável, no entanto, o
efeito deletério das drogas, assim como a difusão da Aids e de doenças que
já pareciam debeladas. A situação fica
agravada pelas desigualdades sociais
que excluem grande parte da população mundial do acesso a remédios e
atendimento médico. Muitas crianças
tornam-se portadoras de deficiências
por falta de cuidados nos primeiros
anos.
Quando os princípios éticos são preteridos, utilizam-se as notáveis descobertas da genética em manipulações
inaceitáveis, que desrespeitam a vida e
impedem o nascimento do ser humano já concebido. Acrescente-se a perversidade no comércio dos órgãos e
das propostas de lei em vários países
tentando facilitar a eutanásia.
2) A palavra do santo padre apresenta a visão cristã sobre o dom da vida e
a saúde, que deve ser procurada na
perspectiva do bem total, que inclui a
dimensão espiritual da pessoa. O papa
sublinha o "eclipse da fé" que, no
mundo secularizado, ofusca o sentido
salvífico do sofrimento e a esperança
da felicidade eterna. Quem não percebe que, à luz da fé cristã, a doença e os
padecimentos podem oferecer ocasião de crescimento interior e descoberta de novos valores?
Lembro-me, há dez anos, ao passar
por grave acidente automobilístico na
estrada de Itabirito, de como a perda
da saúde, as dores e as muitas operações ajudaram a aproximar-me mais
de Deus e a compreender -por experiência própria- a condição das pessoas enfermas e deficientes.
O exemplo de Jesus Cristo, bom samaritano, leva-nos a avaliar os sofrimentos dos enfermos, tendo para
com eles compreensão, ternura, devotamento gratuito e empenho pela recuperação da saúde. A sintonia com
Jesus Cristo, enfrentando -com coragem- a cruz como prova de amor
por nós, pode transformar nossos padecimentos em consolação espiritual
ao percebermos o valor da vida oferecida pelo próximo.
3) A todos, mas especialmente aos
discípulos de Cristo, cabe a missão de
defender e promover o dom da vida.
Essa atitude é ainda mais necessária
diante da mentalidade egoísta de desinteresse pelas vítimas dos males sociais e da miséria.
Entre as iniciativas concretas da caridade cristã, procuremos cooperar a
fim de que o sistema de saúde seja
adequado às necessidades do povo
brasileiro.
Unamos, também, nossos esforços,
à imitação do coração materno de
Maria, consolo dos aflitos, para que os
profissionais da medicina e as comunidades dêem testemunho de dedicação aos doentes e pobres, nos lares e
hospitais, infundindo amor e a esperança da vida eterna.
A solicitude e o carinho pelos enfermos hão de atrair as bênçãos de Deus
para que a sociedade seja solidária e
haja mais pão, trabalho, condições
dignas de saúde e a paz.
Dom Luciano Mendes de Almeida escreve aos sábados nesta coluna.
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