São Paulo, sábado, 12 de fevereiro de 2000


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Garotinho imita Silvio

FERNANDO RODRIGUES

Brasília - Engana-se quem imagina que o governador do Rio, Anthony Garotinho, pensa apenas no PMDB como opção à sua saída do PDT.
Erra muito mais quem acredita ser para valer o convite feito por Lula a Garotinho para que este entre no PT no caso de a divergência com Leonel Brizola entornar o caldo de vez.
Muito discretamente, Garotinho está preparando uma terceira via. Trata-se da microsigla PST (Partido Social Trabalhista), uma agremiação nascida em São Paulo na década de 80. Está para anunciar o espetacular número de nove deputados em sua bancada na Câmara.
O PST ficou famoso, por assim dizer, em 89. Naquele ano, foi por essa sigla que o apresentador de TV e empresário Silvio Santos imaginou disputar a Presidência da República.
A Justiça Eleitoral barrou os planos de Silvio Santos. O PST ficou hibernando esse tempo todo. Ressurgiu recentemente como braço parlamentar dos evangélicos da Igreja Universal.
Também não deu certo a aventura da Universal. Agora, o deputado federal do Rio Francisco Silva, ex-secretário de Estado de Garotinho, está capitaneando a incursão do governador do Rio no PST.
O anúncio da bancada de nove parlamentares deve ser feito até terça-feira, dia 15. O número pode crescer.
Isto é, se não abaterem os planos do PST em pleno vôo. Tucanos andam preocupados. Pefelistas, irados. O PMDB se sente órfão. Nos bastidores da Câmara, essa é a fofoca mais quente do momento.
O PST cairia como uma luva para Garotinho. Tem registro definitivo e está pronto para ser assumido por um político com pretensões nacionais.
Nada é para já, é claro. Tudo fica para depois das eleições municipais. Mas o PST deve ser sempre considerado quando alguém conjecturar sobre o futuro de Garotinho.


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