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RIOS LIMPOS
A despoluição de rios será o
principal objetivo do primeiro
ano de funcionamento da Agência
Nacional de Águas (ANA). Serão
destinados R$ 109 milhões para esse
fim. O orçamento total da ANA para
2001 é de R$ 243 milhões.
O poder público vai incentivar a
despoluição pela compra de esgoto
tratado das empresas de saneamento. O pagamento será feito com títulos públicos, que poderão ser resgatados depois de comprovadas as reduções dos dejetos.
Na agência reguladora, estima-se
que cada R$ 1 investido em limpeza
das águas represente uma economia
de R$ 5 nos gastos com saúde.
A ANA também vai estudar uma
forma de cobrança pelo uso da água,
transformando-a numa espécie de
"commodity". Hoje, paga-se apenas
por serviços, como o de tratamento e
o de fornecimento. Os recursos obtidos serão usados em despoluição.
Esse passo vai certamente acarretar
um aumento nos custos. A agência
estima que essa majoração fique na
casa de 1%, suficientemente baixa,
argumentam os reguladores, para
não estimular a busca de água em lugares mais distantes.
As iniciativas da ANA são positivas.
A compra do esgoto tratado irá incentivar investimentos nessa área.
Segundo a Caixa Econômica Federal,
mesmo nas regiões urbanas apenas
10% do esgoto é tratado. Aumentar
essa proporção terá impactos significativos sobre a saúde pública.
Cobrar pela água a fim de promover a sua reciclagem parece razoável.
Além do mais, é preciso racionalizar
o seu uso. A água é, evidentemente,
um recurso natural renovável. Porém
a poluição desenfreada levada a termo no presente pode legar às gerações futuras um problema seriíssimo, transformando a água num recurso severamente escasso.
Resta esperar que a ação da ANA,
em conjunto com grupos ambientais
e outras entidades civis, consiga implementar os marcos regulatórios
capazes de imprimir sustentabilidade ao uso da água no Brasil.
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