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ECONOMIA RETICULAR
A importância da produção
de conhecimento para o sucesso das empresas já virou lugar-comum. Menos óbvias são as formas
de aproximar a gestão empresarial
da pesquisa científica e do desenvolvimento de tecnologias. Um exemplo promissor, no entanto, é o anúncio de um novo programa pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).
Seguindo a trilha de programas já
estabelecidos de parceria para a inovação tecnológica e de pesquisa em
pequenas empresas, a fundação está
adotando um novo foco, centrado na
noção de "consórcios".
Assim, em vez do fomento à criação de relações entre um pesquisador e uma empresa, o novo programa estimula a formação de "consórcios setoriais". Em suma, trata-se de
aproximar a comunidade científica
de aglomerados de empresas, que
assim compartilham os riscos e os
custos do investimento na produção
de conhecimento.
Note-se, aliás, que essa forma de
organização em redes é a marca de
programas de pesquisa e desenvolvimento nos países mais ricos.
Com base em parcerias estratégicas, as empresas cooperam na definição de padrões e tendências tecnológicas. Ao mesmo tempo, reservam-se o direito de explorar de modo
diferenciado os resultados obtidos
por meio do esforço comum.
A combinação de cooperação e
competição, ao mesmo tempo, cria
novas fontes de financiamento para
universidades e centros de pesquisa.
Completa o novo modelo da Fapesp a opção por períodos mais longos de apoio e montantes mais elevados de recursos financeiros.
Os economistas têm estudado com
interesse crescente essas formas reticulares de organização. Elas constituem uma nova realidade, nem "micro" nem "macroeconômica", mas
"mesoeconômica". Resta torcer para
que empresários e pesquisadores
paulistas intensifiquem o diálogo e
aproveitem essa oportunidade para
investir num futuro comum.
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