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Dificuldades em rede

O Facebook vive uma esp�cie de inferno astral. A �ltima m� not�cia � que a rede social ter� de pagar US$ 10 milh�es a cinco usu�rios cujos nomes foram mencionados em campanhas publicit�rias por ela. Se n�o encerrasse os processos individuais, a empresa enfrentaria a��es coletivas com indeniza��es de at� US$ 2 bilh�es.

Antes disso, o Facebook j� havia passado por uma desastrada abertura de capital, agora na fase de secar feridas. Os envolvidos na opera��o, a come�ar da Bolsa

Nasdaq, de Nova York, se movimentam para resolver pend�ncias com eventuais prejudicados. E o epis�dio ainda reverbera.

Teme-se pela retra��o do apoio financeiro �s "startups", empresas iniciantes que, nas �ltimas d�cadas, alteraram o panorama das comunica��es globais. Um novo Facebook, ou Google, pode ser inviabilizado por falta do capital que o p�blico investidor aporta �s grandes ideias num est�gio importante de seu amadurecimento.

O pr�prio mercado de a��es saiu chamuscado. Paira sobre ele a sombra de investiga��es judiciais e administrativas, diante dos ind�cios de oculta��o de informa��o e de falhas de opera��o na raiz de preju�zos a investidores de menor porte, que apostaram na novidade e sa�ram perdendo com a oferta p�blica inicial de a��es (ou "IPO").

A informa��o pouco difundida era que as proje��es de receita publicit�ria da rede social em aparelhos m�veis n�o se confirmariam. Majoritariamente dependente de publicidade (82%) e sem alternativa de receita, a empresa de Mark Zuckerberg enfrenta os limites de seu modelo no ambiente implac�vel do mercado acion�rio.

Receitas potenciais, proje��es fabulosas de crescimento, fic��es cont�beis hiperb�licas: tudo volta � Terra, na compara��o imediata com empresas concorrentes.

At� a�, o pr�prio mercado trata de se ajustar. Mas este � o pano de fundo do epis�dio: quem deveria detectar que o rei est� nu n�o o fez. Ou poucos o fizeram, e sem a necess�ria convic��o, enfeiti�ados pela expectativa exagerada.

A realidade j� podia ser entrevista bem antes da IPO. General Motors e Procter & Gamble pisaram no freio do investimento publicit�rio na rede, cujos an�ncios teriam pouco efeito. GM e P&G est�o entre os tr�s maiores anunciantes dos EUA. Pesquisa da Associated Press j� levantara que 57% dos usu�rios da rede diziam nunca clicar em an�ncio; 26%, quase nunca. Outra pesquisa, da Reuters, indicara que 4 em cada 5 usu�rios nunca compraram produto ou servi�o a partir de publicidade na p�gina.

O rei virtual estava nu, como todos agora conseguem ver.

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