São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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ÁSIA

Líder apoiou atos pró-democracia

China crema Zhao e destaca seus "erros"

CLÁUDIA TREVISAN
DE PEQUIM

O corpo do líder comunista Zhao Ziyang foi cremado ontem em Pequim, sob forte segurança. Zhao perdeu o cargo de primeiro-ministro da China em 1989, por ter apoiado os protestos de estudantes que ocuparam a praça Tiananmen por dois meses. As manifestações terminaram com violenta repressão do Exército, que deixou um número não revelado de mortes.
A agência oficial de notícias Xinhua noticiou a cerimônia de cremação em um texto que faz breve relato da vida de Zhao e afirma que ele cometeu "sérios erros" na "turbulência política ocorrida no fim da primavera e começo do verão de 1989".
Visto como provável sucessor de Deng Xiaoping, Zhao era um reformista, que teve papel fundamental no início do processo de abertura da China, a partir de dezembro de 1978. Mas sua posição dentro do Partido Comunista mudou no dia 19 de maio de 1989, quando visitou os estudantes que se manifestavam na praça Tiananmen e fez um discurso simpático às reivindicações de reformas democráticas.
Em conseqüência, ele perdeu o cargo de primeiro-ministro da China e passou os 15 anos restantes de sua vida em prisão domiciliar. Ele morreu no último dia 17. A cerimônia de cremação ocorreu no Cemitério Revolucionário Babaoshan, onde estão enterrados líderes comunistas. O governo foi representado por Jia Qinglin, quarto homem na hierarquia do Partido Comunista.


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