São Paulo, domingo, 30 de janeiro de 2005

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GUERRA SEM LIMITES

Segundo a revista alemã "Der Spiegel", função de
Ibrahim S. era recrutar voluntários para ataques suicidas


Iraquiano diz ter recebido missão do próprio Bin Laden

DA REDAÇÃO

Um iraquiano preso na Alemanha há uma semana sob suspeita de pertencer à Al Qaeda disse ter sido enviado ao país para recrutar voluntários pelo próprio Osama bin Laden, líder da rede terrorista, segundo reportagem da revista alemã "Der Spiegel".
Autoridades alemães acreditam que Ibrahim Mohammed K., um iraquiano de 29 anos apontado como um alto membro da Al Qaeda, recrutou o palestino Yasser Abu S., 31, da Líbia, para realizar ataques suicidas no Iraque.
Os dois foram presos no último domingo em Mainz (oeste). Não há indícios, porém, de que eles tenham tramado um ataque na Alemanha.
"Sim, ele me enviou para trabalhar, vender e comprar", afirmou Ibrahim K., em conversa com Yasser S., gravada pela polícia alemã. Autoridades acreditam que os termos se referem ao recrutamento e envio de voluntários "jihadistas". A data e o local do encontro não são revelados. A reportagem deve ser publicada amanhã.
Autoridades alemães afirmam que, com documentos alemães, Ibrahim K. viajou por todo o continente europeu, chegando na Alemanha em setembro de 2002.
Segundo procuradores, Ibrahim K. e Yasser S. planejavam ainda fingir que o palestino havia sido morto num acidente de carro e pedir mais de 800 mil em seguro de vida, que seriam usados para financiar ataques suicidas e outras operações.
O procurador federal alemão Kay Nehm disse que o iraquiano também havia tentado adquirir material nuclear com um grupo em Luxemburgo para ser usado num eventual ataque.
Segundo a procuradoria, Ibrahim K. visitou campos de treinamento da Al Qaeda no Afeganistão diversas vezes antes do 11 de Setembro e permaneceu lá por um ano após os ataques nos EUA, combatendo as forças americanas no país.
Durante esse período, ele teve contato com Bin Laden e outras lideranças da Al Qaeda, como Ramzi bin al Shaibah, hoje sob custódia americana, segundo Nehm. A nome do iraquiano não consta, porém, das listas de terroristas compiladas pelo FBI (a polícia federal americana) e pela ONU.


Com agências internacionais


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