São Paulo, terça-feira, 28 de junho de 2011

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Israel decide reprimir nova flotilha de Gaza

Embarcações zarpam amanhã rumo a território palestino; em 2010 , nove morreram

MARCELO NINIO
DE JERUSALÉM

O gabinete de segurança israelense aprovou ontem uma ordem para que as Forças Armadas detenham a nova flotilha humanitária que tentará romper o bloqueio marítimo à faixa de Gaza.
Israel endurece sua posição, embora tema a repetição do incidente de um ano atrás, quando nove ativistas foram mortos por soldados israelenses ao desafiar o cerco a Gaza a bordo de um navio de bandeira turca.
O episódio despertou uma onda mundial de condenação a Israel e gerou uma grave crise diplomática entre o país e a Turquia. Um ano depois, Israel mantém a mesma atitude política, de não levantar o bloqueio a Gaza, e prioriza a ação militar.
Nas últimas semanas, a Marinha israelense e comandos do Exército fizeram diversos exercícios simulando a interceptação dos barcos.
O premiê, Binyamin Netanyahu, ordenou uma ação militar firme, mas que cause "o mínimo de fricção" dos soldados com os ativistas.

VETO À IMPRENSA
Netanyahu também corrigiu uma trapalhada feita no dia anterior pelo escritório de imprensa do governo.
Numa carta enviada aos correspondentes estrangeiros baseados em Israel, o diretor do escritório alertava que os jornalistas que participassem da flotilha poderiam ser punidos com um veto de dez anos à entrada no país.
A associação de correspondentes estrangeiros protestou, classificando a carta como um ato de intimidação.
Dizendo-se surpreso com o documento, Netanyahu emitiu um comunicado e afirmou que os jornalistas não serão incluídos na lei de infiltração ilegal do país. Acrescentou que a mídia poderá acompanhar os comandos que irão interceptar a flotilha humanitária.
A nova flotilha deve zarpar amanhã da Grécia com algo entre dez e 15 barcos, mais que no ano passado. Mas não contará com a principal força do movimento, a organização humanitária turca IHH, nem com seu navio, o Mavi Marmara, onde os ativistas foram mortos em 2010.
Sob pressão do governo turco, a IHH decidiu não participar, alegando problemas mecânicos no Marmara causados pelo ataque israelense.


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