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CORRUPÇÃO
Afirmação é do procurador russo
Ieltsin é acusado de barrar investigações
das agências internacionais
O procurador-geral da Rússia,
Iuri Skuratov, acusou o governo
russo de "colocar obstáculos às
investigações sobre a corrupção
no poder", em entrevista ontem
ao "Corriere della Sera".
Anteontem, o jornal italiano denunciou um suposto caso de corrupção envolvendo Ieltsin e suas
filhas Tatiana e Elena.
As faturas de três cartões de créditos usados por Ieltsin e suas filhas seriam pagas pelo empresário Baghjet Pacolli, da Mabetex,
responsável pela reforma do
Kremlin, sede do governo russo.
Pacolli também teria depositado US$ 1 milhão num banco húngaro, em benefício de Ieltsin.
As denúncias do "Corriere" se
baseariam em investigação iniciada pela Procuradoria Geral da
Suíça em janeiro último, a pedido
de Iuri Skuratov.
Skuratov foi suspenso de suas
funções por Ieltsin em abril, ao ser
envolvido num escândalo sexual.
O caso começou em fevereiro,
quando Skuratov renunciou, alegando "motivos de saúde".
Aceita por Ieltsin, a demissão
foi rejeitada pelo Conselho da Federação Russa (equivalente ao Senado), que desconfiou da explicação de Skuratov, um homem de
48 anos e com boa saúde.
Em março, uma TV exibiu uma
fita de vídeo que mostrava um homem, apresentado com Skuratov,
fazendo sexo com duas prostitutas, o que levantou suspeitas de
que uma possível chantagem.
Ieltsin abriu um inquérito para
apurar os fatos, mas Skuratov
continua suspenso até hoje.
Ontem, ele denunciou "as tentativas da administração presidencial de bloquear meu trabalho". "Creio que minha investigação poderá prosseguir dependendo de fatores como a decisão do
Conselho da Federação (sobre
sua suspensão) e os resultados
das eleições de dezembro", disse.
Em dezembro, a Rússia realizará eleições parlamentares, um termômetro para as eleições presidenciais do ano que vem.
O Kremlin negou ontem que
Ieltsin e membros de sua família
possuam contas no exterior.
"Gostaríamos de afirmar que o
presidente da Rússia, sua mulher
e seus filhos nunca abriram contas em bancos estrangeiros", disse
um porta-voz do Kremlin.
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