São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
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CORRUPÇÃO
Afirmação é do procurador russo
Ieltsin é acusado de barrar investigações

das agências internacionais

O procurador-geral da Rússia, Iuri Skuratov, acusou o governo russo de "colocar obstáculos às investigações sobre a corrupção no poder", em entrevista ontem ao "Corriere della Sera".
Anteontem, o jornal italiano denunciou um suposto caso de corrupção envolvendo Ieltsin e suas filhas Tatiana e Elena.
As faturas de três cartões de créditos usados por Ieltsin e suas filhas seriam pagas pelo empresário Baghjet Pacolli, da Mabetex, responsável pela reforma do Kremlin, sede do governo russo.
Pacolli também teria depositado US$ 1 milhão num banco húngaro, em benefício de Ieltsin.
As denúncias do "Corriere" se baseariam em investigação iniciada pela Procuradoria Geral da Suíça em janeiro último, a pedido de Iuri Skuratov.
Skuratov foi suspenso de suas funções por Ieltsin em abril, ao ser envolvido num escândalo sexual.
O caso começou em fevereiro, quando Skuratov renunciou, alegando "motivos de saúde".
Aceita por Ieltsin, a demissão foi rejeitada pelo Conselho da Federação Russa (equivalente ao Senado), que desconfiou da explicação de Skuratov, um homem de 48 anos e com boa saúde.
Em março, uma TV exibiu uma fita de vídeo que mostrava um homem, apresentado com Skuratov, fazendo sexo com duas prostitutas, o que levantou suspeitas de que uma possível chantagem.
Ieltsin abriu um inquérito para apurar os fatos, mas Skuratov continua suspenso até hoje.
Ontem, ele denunciou "as tentativas da administração presidencial de bloquear meu trabalho". "Creio que minha investigação poderá prosseguir dependendo de fatores como a decisão do Conselho da Federação (sobre sua suspensão) e os resultados das eleições de dezembro", disse.
Em dezembro, a Rússia realizará eleições parlamentares, um termômetro para as eleições presidenciais do ano que vem.
O Kremlin negou ontem que Ieltsin e membros de sua família possuam contas no exterior.
"Gostaríamos de afirmar que o presidente da Rússia, sua mulher e seus filhos nunca abriram contas em bancos estrangeiros", disse um porta-voz do Kremlin.


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