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ARGENTINA
Candidato favorito à Presidência diz que fará devassa no governo Menem em busca de casos de corrupção
De la Rúa promete investigar Menem
ANDRÉ SOLIANI
de Buenos Aires
O candidato à Presidência da
Argentina Fernando de la Rúa, da
coalizão de oposição, prometeu
uma devassa em busca de casos
de corrupção nos dez anos do governo de Carlos Menem, caso ganhe as eleições de 24 de outubro.
De la Rúa, da Aliança, afirmou
que essa é uma diferença entre ele
e o candidato Eduardo Duhalde,
do PJ (governo). "Vou investigar
para trás; Duhalde não", diz ele.
"Investigar o que aconteceu,
mais que uma medida, é condição
necessária para refundar um Estado ético", completou.
O candidato a vice da Aliança,
Carlos "Chacho" Alvarez, foi mais
duro com o atual presidente.
"Menem que se cuide, pois ele é o
maior responsável político pelo
estado de corrupção, impunidade
e desemprego que se vive hoje."
As chances de De la Rúa ter a
oportunidade de cumprir sua
promessa, que, segundo alguns
analistas, é apenas retórica, são
grandes, pois ele lidera as pesquisas de intenção de voto.
Na mais recente pesquisa, publicada ontem pelo jornal local
"Página 12", De la Rúa vem com
39,8% das intenções de voto.
Duhalde tem 29,5%, e o ex-ministro da economia e atual candidato pela Ação pela República,
Domingo Cavallo, está em terceiro, com 8,9% das intenções.
Na opinião de Rosendo Fraga,
importante analista político, Duhalde tem poucas chances de inverter o quadro. "Ele não tem
um discurso afinado para seduzir os eleitores independentes e
não conseguiu fazer alianças políticas significativas". "Acredito
que a probabilidade de que ganhe De la Rúa é de 80%", diz.
Para tentar inverter o quadro,
Duhalde contratou o publicitário brasileiro Duda Mendonça.
Com De la Rúa na Presidência,
Menem será o líder de uma forte
oposição, que teria maioria absoluta no Senado. Dificilmente a
Aliança conseguirá maioria na
Câmara este ano.
Analistas dizem que haveria
um acordo: De la Rúa esqueceria
as investigações, e Menem garantiria a governabilidade.
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