São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
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Chávez discursa e critica o Congresso

da enviada a Caracas

Em pronunciamento ao vivo de quase uma hora, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, fez ontem uma incisiva defesa da ANC (a constituinte), em crise com o Judiciário e o Congresso. Ele pediu que a população resista "aos perigos internos e externos".
Ao lado, a bandeira do país. Atrás, uma enorme imagem do rosto de Simón Bolívar (herói da independência da Venezuela e de quatro outros países). Chávez carregou no estilo messiânico, ora dirigindo-se à opinião pública interna, ora à internacional.
"A ANC vai nos ajudar muitíssimo a sair da crise econômica", disse, insistindo na autonomia da assembléia e negando qualquer interferência direta sobre ela.
Alegando que está totalmente envolvido com a questão econômica, disse: "Não estou me metendo na batalha política. Tenho tido um descanso nesse terreno. Quem se ocupa dele é a ANC".
"Estou seguro de que está fazendo o melhor. Não o que é melhor para o governo, mas o que é melhor para a Venezuela, para o nosso povo, para nossos filhos, para o futuro do nosso país."

Sem sentido
Segundo ele, não faz sentido que o Congresso tenha convocado uma sessão extraordinária hoje para discutir os poderes da Constituinte: "Para quê?".
Com um sorriso, garantiu que se informa sobre as atividades e decisões da ANC com sua mulher, Marisabel, que é constituinte, quando ela volta para casa à noite. "Ou, então, leio nos jornais", acrescentou.
Ele defendeu a independência do Banco Central, dizendo que estava encerrando o ciclo em que todos os presidentes da República que assumiam trocavam as diretorias anteriores da instituição.
Para a mídia internacional, um recado: disse que se enganaram "os articulistas que seis meses atrás anunciavam uma catástrofe aqui na Venezuela".
Não faltou ao pronunciamento a retórica populista que é o forte do presidente: "Não há alternativa à revolução que estamos fazendo aqui. Somos um exemplo para o mundo".


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