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CIRCO POLÍTICO
Ex-vedetes, trocadilhos obscenos e acusações ofuscam debate político
Bizarrices marcam campanha
DE BUENOS AIRES
A candidatura de ex-vedetes,
propaganda eleitoral com trocadilhos obscenos, distribuição de
geladeiras à população pelo governo em pleno ano eleitoral e
até um presidente pedindo votos à população referindo-se a si
mesmo como "o pingüim".
Esse foi o tom da campanha
pelas eleições legislativas que
acontecem hoje na Argentina,
definida pela socióloga Graciela
Rommer como "a mais vazia
que eu presenciei".
De projetos políticos para o
país, pouco se falou. O assunto
principal foi a troca de farpas
diária dos candidatos e denúncias de ambos os lados.
Além disso, o lançamento de
candidatos como as ex-vedetes
Moria Casán, Ethel Rojo e Zulma Faiad teve grande repercussão na mídia.
Outro momento polêmico foi
quando o conservador Ricardo
López Murphy, ex-ministro da
Economia e hoje candidato a senador por Buenos Aires, lançou
uma campanha na televisão
com conotação obscena.
Ele insinuou na ocasião que a
briga entre o presidente Néstor
Kirchner e seu antecessor
Eduardo Duhalde dentro do
Partido Justicialista estava virando um "quilombo", palavra
que pode ter o sentido de prostíbulo em espanhol.
Outro caso é o do ministro do
Interior, Aníbal Fernández, que
usa palavras de baixo calão para
atacar opositores.
Além da agressividade, uma
estratégia para atrair a atenção
dos eleitores foi apelar para a religiosidade.
O chanceler Rafael Bielsa, candidato a deputado, chegou a dizer que recebeu a Virgem Maria
em seu quarto e que despertou
sentindo cheiro de flores.
Já Kirchner percorreu as Províncias argentinas pedindo votos para os candidatos apoiados
por "este pingüim". Ex-governador da Província de Santa
Cruz, na gelada Patagônia, foi
apelidado de "El Pingüino".
Outro ponto polêmico foi a
distribuição de móveis e eletrodomésticos em Buenos Aires
pelo Ministério de Desenvolvimento Social, comandado pela
irmã do presidente, Alícia
Kirchner, meses antes das eleições legislativas.
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