São Paulo, Domingo, 21 de Novembro de 1999
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The Wall Street Journal
de Nova York Causas sociais ganham apelo

Recentes demonstrações nos EUA pedindo o perdão da dívida externa dos países pobres refletem a preocupação de que os mais pobres se beneficiem da globalização econômica, diz o "Journal".
"Mas também seguem uma tradição na história dos Estados Unidos. Durante épocas de prosperidade, movimentos sociais ligados a questões morais ganham destaque", diz o diário nova-iorquino.
Em um quadro, o jornal mostra que, durante a "corrida do ouro" e a expansão ferroviária (1846-57), o movimento abolicionista ganhou força.
Durante o crescimento pós-Segunda Guerra dos anos 50, foi a vez do movimento dos direitos civis ganhar ímpeto. Nos anos 60, com a manutenção do crescimento econômico, os EUA viveram protestos contra a Guerra do Vietnã e rebeliões de estudantes.
"Alguns movimentos parecem deploráveis hoje", diz o "Journal", lembrando que, nos anos 20, negros e asiáticos foram reprimidos porque eles não pareciam suficientemente "americanos".
"A prosperidade dá às pessoas que querem começar um movimento a sensação de que elas podem conseguir os recursos para seu objetivo", disse ao "Journal" Michael Kazin, historiador da Universidade Georgetown.
"Os movimentos sociais não aparecem somente porque uma sociedade é rica. Mas o crescimento econômico é um elemento importante. Quando a renda individual cresce e as pessoas se sentem mais seguras, preocupações econômicas somem e temas sociais ganham destaque."
Nos últimos anos, a renda individual está crescendo, a inflação diminui e o desemprego é o menor em décadas nos EUA. Os historiadores não crêem que se repitam movimentos de massa como nos anos 60, mas afirmam que algumas causas hoje podem ganhar bastante destaque, com igrejas e outros grupos religiosos geralmente envolvidos. Os estudantes são outro setor ativo nos movimentos de hoje.


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