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O ÊXODO TCHETCHENO
Bandeiras brancas protegem refugiados
MARIA EISMONT
da "Reuters", na Tchetchênia
A procura por bandeiras brancas é grande hoje em dia na Tchetchênia. Todo o mundo parece ter
uma delas -desde os refugiados
que esperam conseguir chegar à
vizinha Inguchétia em segurança
até os pastores que cuidam de
seus rebanhos.
"Não há nada melhor do que
uma bandeira branca para salvar
uma pessoa da morte", comenta
Aisad, uma mulher de meia idade
em um grupo de refugiados.
"Contam por aí que houve um
piloto que deixou de disparar um
míssil contra um carro quando
um homem saltou do veículo agitando uma bandeira branca. Ele já
tinha disparado uma vez e estava
mergulhando para disparar o segundo míssil."
Os habitantes de Grozni passam
os dias nos porões de suas casas,
rezando para que os bombardeios
contínuos cheguem ao fim, ou pelo menos parem por algumas horas. "Há 18 crianças ainda escondidas em meu porão. São meus filhos e os filhos dos vizinhos, que
vieram para casa porque nosso
porão é grande. Não posso deixá-las sair de casa", contou Aiubova.
Inguchétia
Mais de 200 mil tchetchenos já
abandonaram suas casas. A maioria foi para a Inguchétia, região
pobre que está tendo dificuldade
em lidar com a crise.
Muitas pessoas deixam seus filhos e parentes em casa e fogem
sozinhas primeiro, para certificar-se de que a estrada para a Inguchétia está aberta. Mais tarde,
após uma longa espera na fronteira, retornam para buscar seus familiares. Quem consegue alcançar a relativa segurança da região
da fronteira se dá conta de que
tem sorte em estar vivo.
"Todos que podiam fugir já fugiram. Aqueles que ficaram são
tão pobres que não têm para onde
ir", disse uma tchetchena. Muitas
pessoas queixam-se de fome.
Tradução de Clara Allain
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