São Paulo, sábado, 21 de maio de 2005

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Cruz Vermelha avisou EUA sobre desrespeito ao Alcorão por militares

KATHARINE Q. SEELYE
DO "NEW YORK TIMES"

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse anteontem ter enviado ao Pentágono "múltiplos relatos", feitos por detentos da base americana de Guantánamo, (Cuba), segundo os quais militares dos EUA trataram o Alcorão com desleixo. Segundo o comitê, a partir desse momento as reclamações dos presos cessaram.
O Pentágono confirmou ter recebido os relatos, mas considerou-os pouco numerosos e desimportantes. Disse ainda que os próprios detentos também trataram o Alcorão com desleixo.
O porta-voz do Pentágono, Brian Whitman, disse que o general John Craddock, chefe do comando que supervisiona Guantánamo, vem investigando os relatos de negligência em relação ao Alcorão, e que suas conclusões serão tornadas públicas em breve.
Já existiam relatos anteriores de desleixo com o Alcorão, mas o do comitê é o primeiro a vir de uma fonte independente que teve acesso ao campo de prisioneiros.
Seu conteúdo foi revelado pelo jornal "The Chicago Tribune" na quarta-feira, poucos dias depois de a revista "Newsweek" ter se retratado a respeito de um artigo que, citando uma fonte anônima, diz que investigadores militares viram americanos em Guantánamo jogar o Alcorão em uma latrina e dar descarga. A Casa Branca culpou o artigo pela ocorrência de manifestações violentas no Paquistão e no Afeganistão, que causaram pelo menos 17 mortes.
Simon Schorno, porta-voz do comitê da Cruz Vermelha, recusou-se a discutir detalhes de como o Alcorão foi manipulado; tampouco disse se foi jogado na latrina. Afirmou, no entanto, que as acusações não provêm só de detentos mas também de militares.


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