|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Nova ofensiva deixa 30 feridos, e os palestinos prometem revidar; mortos nas últimas 24 horas passam de 20
Israel ataca áreas palestinas pelo 2� dia
DA REDAÇÃO
A Força Aérea israelense bombardeou áreas palestinas pelo segundo dia consecutivo. Os alvos
de ontem foram a sede da Autoridade Palestina na cidade autônoma de Jenin e a base dos serviços
de segurança palestinos em Tulkarem, na Cisjordânia. Segundo
testemunhas, a ofensiva foi realizada por quatro helicópteros
Apache.
Os ataques aéreos de ontem deixaram 30 feridos em Tulkarem.
Entretanto três palestinos morreram em confrontos com o Exército israelense em várias localidades
da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
Já passa de 20 o saldo de mortos
da nova escalada de violência, que
começou com um atentado suicida palestino contra um shopping
em Netanya (ao norte de Tel
Aviv) e continuou com a pesada
retaliação militar israelense, que
usou caças F-16.
A Liga Árabe, reunida ontem no
Cairo, instou os países árabes a
romper relações políticas com Israel. Jamal Salim, um dos líderes
do grupo extremista islâmico Hamas, que assumiu o atentado ao
shopping, prometeu que o movimento responderá "rapidamente" aos bombardeios aéreos.
O Exército israelense declarou
ter atingido apenas "objetivos terroristas", que incluem postos de
comando das forças de segurança
palestinas. "O Exército continuará combatendo o terrorismo palestino sempre que achar necessário", disse o porta-voz militar.
"Terrorismo de Estado"
Enquanto os novos ataques
aconteciam, no Cairo o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Iasser Arafat, acusava Israel
de "praticar terrorismo de Estado". "O povo palestino não cederá um milímetro", disse Arafat.
Também no Cairo o secretário
geral da Liga Árabe, Amr Mussa,
pediu "proteção internacional urgente" ao que qualificou de "crimes de guerra israelenses", em
comunicado à imprensa.
Em Ramallah (Cisjordânia), o
ministro palestino das Comunicações, Iasser Abed Rabbo, acusou os EUA de serem "o principal
responsável da agressão israelense". Segundo ele, "o ataque militar
de sexta não teria ocorrido sem
notificação prévia à administração norte-americana".
O porta-voz da embaixada norte-americana em Tel Aviv, Larry
Schartz, qualificou de "ridículas"
as acusações e negou que Washington tenha sido informado
com antecedência sobre os bombardeios aéreos de sexta, em declaração à agência de notícias
"France Presse".
"Minha filha de três anos acordou apavorada na sexta à noite,
coberta de estilhaços de vidro",
relatou à agência Reuters a jornalista palestina Wafa Amr, que mora em Ramallah.
"O edifício inteiro foi sacudido
violentamente quando mísseis
disparados por aviões israelenses
passaram zunindo por nossa rua.
Foi a primeira vez desde a guerra
de 1967 que Israel usou caças F-16
contra alvos palestinos."
Os confrontos entre Israel e os
palestinos se acirraram desde 27
de setembro do ano passado,
quando teve início a nova Intifada
(revolta palestina). Nesses quase
oito meses de confrontos, 469 palestinos e 84 israelenses foram
mortos.
Com agências internacionais
Texto Anterior: "Ameaça potencial" justifica sistema antimísseis dos EUA, diz analista Próximo Texto: Multimídia: "Xuxa colombiana" foge para Miami Índice
|