|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
França terá um Exército enxuto e mais equipado
Plano de US$ 581 bi prioriza intervenções no exterior
DA REDAÇÃO
O presidente francês, Nicolas
Sarkozy, apresenta hoje um
plano de reformulação das Forças Armadas, com o corte de 54
mil postos -um quinto dos
existentes- e um investimento
maciço em aviões, mísseis e satélites de espionagem.
O plano, primeiro do gênero
em 14 anos e que define opções
estratégicas até 2020, prevê
gastos de US$ 581 bilhões para
uma modernização acelerada
de equipamentos.
Sarkozy definirá a necessidade de as Forças Armadas serem
mais enxutas e com a capacidade de envio de até 60 mil homens (em lugar dos 12 mil
atuais) para intervir em territórios em crise, localizados a até
8.000 quilômetros da França.
Os serviços militares de inteligência terão o orçamento duplicado para enfrentar ameaças
como o terrorismo ou a invasão
das redes francesas de computação. Nos próximos 12 anos será investido US$ 1 bilhão em satélites-espiões.
Com o segundo maior aparato militar europeu, depois apenas do britânico, a França tem
hoje 60% de seus efetivos em
funções de apoio e 40% em forças operacionais. Essa proporção será agora invertida.
A redução dos quadros, que
supõe o fechamento de 470 casernas ou instalações secundárias, se prolongará pelos próximos sete anos. O Exército perderá 17% de seus efetivos, a Aeronáutica, 24%, e a Marinha,
11%. As forças já são profissionais e não mais baseadas no
serviço militar obrigatório.
Os arsenais nucleares serão
mantidos com comando exclusivamente francês. Eles não estarão conectados ao comando
unificado da Otan, a aliança militar ocidental.
O ministro da Defesa, Hervé
Morin, disse à Associated Press
que, como não há risco de invasão do território, "precisamos
nos capacitar para o envio de
forças de estabilização em regiões ou zonas em crise". Citou
a possibilidade de abortar em
algum canto do mundo o uso de
armas nucleares por países ou
grupos não confiáveis.
Frota naval envelhecida
Em artigo publicado pelo "Le
Monde", Morin disse que "a
França possui uma das maiores
forças militares do planeta,
mas suas embarcações têm em
média 21 anos, e os helicópteros Puma ou aeronaves Transall atingem a idade limite".
Em termos de equipamento,
o plano de Sarkozy propõe 300
aviões de combate (Mirage
2000 e Rafale), 18 fragatas e
seis submarinos nucleares para
missões ofensivas.
Segundo o "Financial Times", Sarkozy também pretende dividir algumas atribuições,
como o aerotransporte, com
outras forças da União Européia. O Reino Unido se opõe,
com o argumento de que, ao lado das operações efetuadas pelas forças de cada país, as missões coletivas já têm a cobertura institucional da Otan.
No plano a ser apresentado
hoje, o presidente francês afirma que a UE deveria ter "uma
capacidade de planejamento
estratégico autônomo e permanente", podendo no futuro unificar suas operações militares.
Com agências internacionais
Texto Anterior: UE evita contágio do "não" irlandês Próximo Texto: Artigo: Um voto pela democracia na Europa Índice
|