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Iraque quer Fome Zero com produtos brasileiros
SAMY ADGHIRNI
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro do Comércio do
Iraque, Abdul Falah Al Sudani,
disse ontem que seu governo
pretende transformar o Brasil
em um dos principais fornecedores do Fome Zero iraquiano,
que existe desde 1990 e depende em grande parte da importação de alimentos.
"O Brasil exporta quase todo
tipo de alimento, e por isso queremos que o país se torne um
dos líderes mundiais no nosso
programa de fornecimento de
cestas básicas à população",
afirmou Al Sudani, depois de
tratar do assunto com o ministro Miguel Jorge (Desenvolvimento), em São Paulo.
Graças ao aumento das receitas obtidas com a exportação de
petróleo, Bagdá vem buscando
melhorar a qualidade dos nove
itens da cesta básica mensal
subsidiada pelo governo e distribuída a praticamente todos
os lares iraquianos.
O sistema foi implementado
pelo ditador Saddam Hussein
(1979-2003) para aliviar o embargo econômico imposto pela
ONU em 1990. Mesmo com o
fim das sanções, há cinco anos,
o programa continuou.
Alimentos como frango, açúcar e leite em pó já representam
16 dos 20 itens mais vendidos
pelo Brasil ao Iraque.
As exportações brasileiras alcançaram US$ 226 milhões no
ano passado -o melhor resultado desde a época pré-embargo, quando Brasília e Bagdá tinham forte parceria comercial.
Al Sudani continua hoje sua
agenda com encontros em Brasília. Ele pedirá ao chanceler
Celso Amorim que acelere a
reativação da Embaixada do
Brasil em Bagdá, parada desde
1990. O Itamaraty trata dos assuntos iraquianos na Jordânia
e promete reabrir a representação em Bagdá até 2009.
A Embaixada do Iraque em
Brasília ainda espera a chegada
do primeiro embaixador da era
pós-Saddam.
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