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VENEZUELA
País, que é o quinto maior exportador de petróleo do mundo, terá de comprar combustível no exterior devido a greve
Chávez anuncia importação de gasolina
DA REDAÇÃO
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, anunciou ontem que o
país, o quinto maior exportador
de petróleo do mundo, terá de importar gasolina devido à paralisação da indústria petroleira, que
aderiu à greve geral convocada
pela oposição.
"Dei instrução para a PDVSA
(Petroleos de Venezuela S.A.) para que comecemos a importar gasolina". O combustível, que está
em falta no país, que hoje entra
em sua terceira semana de greve
geral, deve vir das Ilhas Virgens.
Porém o presidente afirmou,
em seu programa semanal de TV,
que as exportações de petróleo estão sendo retomadas aos poucos e
que, nos últimos três dias, quatro
navios deixaram o país levando o
produto para o exterior. Antes da
greve, oito navios levando petróleo deixavam o país diariamente.
Mais tarde, Chávez pediu que os
militares não respeitem as ordens
da Justiça que vão contra o Poder
Executivo. "Não podemos permitir que um juiz chegue e tente impedir o cumprimento de um decreto presidencial", disse.
Carlos Fernández, presidente da
Fedecámaras (principal associação empresarial do país), afirmou
que "Chávez é um ditador", por
dar essa declaração.
Segundo Chávez, "as pressões
de grupos de executivos e de golpistas não irão me forçar a renunciar. Estou aqui pela vontade da
maioria dos venezuelanos".
O presidente também criticou
os EUA por terem emitido comunicado em apoio à antecipação da
eleição para presidente. No início
da greve, a oposição exigia a realização de um referendo sobre a
permanência de Chávez no poder. Hoje ela pede sua renúncia.
O governo americano chegou a
apoiar o golpe contra Chávez em
abril deste ano, mas depois voltou
atrás em ação considerada tardia
pelo presidente. O governo venezuelano afirma que a Constituição permite a realização do plebiscito apenas a partir de agosto.
"Eu recomendo aos governos
de todo o mundo a lerem nossa
Constituição. Nós a publicamos
em várias línguas -inglês, alemão, francês e até mesmo russo",
afirmou Chávez. "Podemos enviá-la via email para quem quiser
ler", acrescentou o presidente.
Pilín León
Soldados venezuelanos tentavam assumir ontem o controle do
petroleiro Pilín León, ancorado
na baía de Maracaibo, em ação de
Chávez para pôr fim à greve.
Opositores de Chávez protestaram contra a ação militar a bordo
de barcos, canoas e até mesmo em
caiaques ao redor do petroleiro. O
Pilín León, que carrega 35.265 toneladas de gasolina, é um dos ícones da greve, pois a partir da adesão de sua tripulação ao movimento anti-Chávez, a indústria
petroleira começou a parar.
"Nós não estamos com medo.
Eles não irão nos humilhar", gritava José Luis Alcala, advogado
dos tripulantes da embarcação.
"Renuncie", bradou ele.
O diário "El Universal", ligado à
oposição, afirmou que os militares tentariam substituir a tripulação atual, que é venezuelana, por
uma indiana. A informação não
foi confirmada pelo governo.
A ocupação militar do Pilín
León indica a determinação de
Chávez em acabar com a greve,
que tem provocado uma brusca
redução no abastecimento de gasolina, de comida e polarizou o
país entre simpatizantes e opositores do presidente.
Com agências internacionais
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