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IRAQUE NA MIRA
Para Tareq Aziz, presidente dos EUA não é um verdadeiro cristão, agindo como um "mercador da guerra"
Vice-premiê iraquiano chama Bush de "hipócrita"
DA REDAÇÃO
O vice-premiê iraquiano, Tareq
Aziz, afirmou ontem que o presidente George W. Bush é um "hipócrita" por buscar a guerra e
previu um "grande número" de
baixas americanas se Washington
insistir em invadir o Iraque.
Em entrevista ao programa de
TV "Fox News Sunday", Aziz disse que Bush está "conduzindo os
EUA a uma política imperialista e
hostil", que é perigosa tanto para
os EUA quanto para o mundo.
"Ele é um hipócrita porque um
verdadeiro cristão não agiria como um mercador da guerra, um
verdadeiro cristão não pressionaria pela destruição de um país e de
seu povo", disse Aziz.
O vice-premiê, que é um dos
principais colaboradores do presidente Saddam Hussein, disse
que os iraquianos têm esperanças
de que a guerra possa ser evitada
quando os inspetores da ONU
concluírem que não há armas de
destruição em massa em seu país.
"Eles não encontrarão armas de
destruição em massa pela simples
razão de que nós não as temos",
disse Aziz.
Quando questionado sobre as
acusações dos EUA de que o Iraque não está dizendo a verdade
em relação a seus arsenais, Aziz
disse: "Falando em mentiras, os
grandes mentirosos são os EUA".
Enquanto Aziz falava ao programa de entrevistas, os inspetores da ONU continuavam com
seu trabalho de tentar localizar armas de destruição em massa. Ontem eles visitaram uma instalação
de mísseis ao sul de Bagdá que havia provocado suspeitas nos norte-americanos.
Inspetores da ONU também estiveram no complexo nuclear de
al Qaqaa, num outro complexo de
mísseis ao norte da capital e nas
instalações do governo de Um al
Maarek (Mãe das Batalhas).
Os inspetores trabalham sob os
auspícios de uma resolução da
ONU aprovada no mês passado
que ameaça o Iraque com sérias
consequências se o país não cooperar nas buscas e na destruição
de arsenais proibidos. Os EUA já
manifestaram ceticismo em relação à declaração de armas enviada pelo Iraque.
Exclusão aérea
Ontem e anteontem, jatos norte-americanos e britânicos atacaram instalações de defesa antiaérea iraquianas depois que aviões
militares iraquianos violaram a
chamada zona de exclusão aérea
do sul do país.
Ataques como esse se tornaram
rotineiros depois que os EUA e
seus aliados criaram as zonas de
exclusão, em 1991, ao fim da
Guerra do Golfo, nas quais aviões
do Iraque estão proibidos de voar.
As duas zonas, uma no norte e outra no sul do país, foram criadas
para impedir Saddam de atacar as
populações curda (norte) e xiita
(sul). As zonas de exclusão nunca
foram explicitamente autorizadas
pela ONU.
Numa carta enviada à ONU, o
chanceler iraquiano, Naji Sabri,
disse que os ataques fazem parte
de "uma guerra não declarada" ao
Iraque.
Oposição
Em Londres, representantes da
oposição a Saddam Hussein se
reuniram pelo segundo dia numa
espécie de congresso para discutir
o comando do Iraque depois de
uma eventual deposição do ditador. Os seis principais grupos
mantêm importantes divisões.
Não se sabe ao certo o grau de
apoio com que contam no Iraque,
pois Saddam está no poder há 30
anos, e alguns dos líderes da oposição estão há décadas no exílio.
Com agências internacionais
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