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"Bin Laden não pode usar causa palestina para terror", diz Arafat
DA REDAÇÃO
O líder palestino Iasser Arafat
exigiu ontem que a rede terrorista
Al Qaeda, liderada pelo saudita
Osama bin Laden, pare de usar a
causa palestina como motivo para
cometer atentados contra o Ocidente. A declaração foi feita em
entrevista ao jornal londrino "The
Sunday Times".
"Eu digo diretamente a Bin Laden que não se esconda atrás da
causa palestina. Ele nunca nos
ajudou e atua em uma área completamente diferente [da nossa",
que vai contra os nossos interesses", disse o presidente da ANP
(Autoridade Nacional Palestina).
Arafat criticou os atentados de
11 de setembro de 2001, e a ANP
tem feito o possível para desvincular a sua luta contra Israel da
campanha terrorista da Al Qaeda.
No mês passado, pela primeira
vez, a Al Qaeda assumiu a autoria
de atentados contra israelenses,
após cometer os ataques que mataram 16 pessoas no Quênia.
O governo israelense, por sua
vez, tem buscado ligar os palestinos à guerra contra o terror empreendida pelos EUA. O primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, acusa Arafat pela violência
dos dois anos de Intifada e busca
persuadir os americanos a colocar
o terror palestino no mesmo patamar do da Al Qaeda. Os EUA não
têm aceito a analogia.
Recentemente, Israel afirmou
que membros da Al Qaeda teriam
se infiltrado na faixa de Gaza. A
ANP nega que existam membros
da rede terrorista nos territórios
palestinos.
Ahmed Abdel Rahman, assessor de Arafat, disse que "os palestinos não querem que a causa palestina -que é justa- seja utilizada por Sharon para que o governo dele prossiga a escalada de
violência, argumentando que, se
os EUA enfrentam a Al Qaeda no
Afeganistão, Israel pode combater a Al Qaeda na Palestina".
O governo israelense voltou a
dizer ontem que Arafat será impedido de ir a Belém (Cisjordânia) neste Natal e que as forças
militares do país não irão desocupar a cidade palestina durante a
festividade cristã.
Arafat participa do Natal em Belém todos os anos desde de 1995.
No ano passado, pela primeira
vez, ele foi impedido de ir à cidade
onde, segundo a tradição cristã,
nasceu Jesus. A ANP afirmou que
a decisão viola as promessas feitas
por Israel tanto aos EUA quanto
ao Vaticano.
Arafat está cercado por tropas
de Israel em seu quartel-general
em Ramallah (Cisjordânia), de
onde pôde sair poucas vezes desde dezembro do ano passado.
Os palestinos afirmam que a
presença israelense na cidade
mais uma vez atrapalhará a vinda
de turistas, principal fonte de divisas de Belém.
Com agências internacionais
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