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GUERRA SEM LIMITES
Indonésia atribui o ataque ao Jemaah Islamiyah, grupo responsável pela explosão em Bali em 2002
Atentado à embaixada australiana mata 9 em Jacarta
DA REDAÇÃO
A explosão de um carro-bomba
ontem diante da embaixada australiana em Jacarta matou ao menos nove pessoas e deixou ao menos 170 feridos. A polícia da Indonésia acredita que o atentado tenha sido realizado pelo Jemaah
Islamiyah, grupo terrorista islâmico que seria ligado à Al Qaeda.
Em um comunicado divulgado
na internet e atribuído ao grupo,
extremistas dizem que novos ataques virão se a Austrália não retirar suas tropas do Iraque. "Esta
não é uma nação que será intimidada por atos do terrorismo",
afirmou o primeiro-ministro australiano, John Howard.
Por volta das 10h30 locais (0h30
em Brasília), uma forte explosão
sacudiu a embaixada e os prédios
vizinhos, abrindo uma cratera no
local onde estava o carro-bomba.
As nove pessoas que morreram,
todas indonésias, estavam do lado
de fora da embaixada.
"Foi uma bomba enorme. O tamanho da cratera... o caminhão
da polícia do lado de fora foi reduzido a pedaços. Foi como se o ar
tivesse sido tirado de dentro de
mim", disse a funcionária da embaixada Elizabeth O'Neill.
A presidente Megawati Sukarnoputri interrompeu uma viagem
a Brunei e voltou imediatamente
para a Indonésia. "Peço a todos os
indonésios que se unam na luta
contra o terrorismo", disse.
O chanceler australiano, Alexander Downer, viajou para Jacarta com uma equipe de policiais
para ajudar nas investigações.
"Foi um ataque cruel e insensível.
Nossos funcionários farão tudo o
que puderem para ajudar a caçar
os responsáveis por essa brutalidade", afirmou Downer.
"Nós vamos direcionar nossas
investigações sobre aqueles por
trás dos ataques de Bali e do Marriott que ainda não pegamos. O
modus operandi é muito similar,
podemos concluir que é o mesmo
grupo", disse o chefe da polícia,
Da'i Bachtiar. Em 2002, um atentado na ilha de Bali matou 202
pessoas (entre elas 88 australianos), e em agosto de 2003 uma
bomba explodiu no hotel Marriott da capital, perto do ataque de
ontem, matando 12 pessoas.
O atentado aconteceu menos de
uma semana após os EUA e a
Austrália terem aumentando o
nível de alerta para seus cidadãos
na Indonésia, informando que o
risco de ataques a alvos ocidentais
havia subido.
A Austrália é um dos principais
aliados da guerra ao terror promovida pelos Estados Unidos. O
país também apoiou a decisão de
invadir o Iraque, mandando 2.000
soldados -hoje ainda há 800 militares integrando as forças da
coalizão. O governo australiano
também irritou os extremistas islâmicos ao fazer pressões sobre a
Indonésia para que não relaxasse
a prisão do clérigo Abu Bakar
Bashir, apontado como líder espiritual do Jemaah Islamiyah.
Assim como no caso do atentado de 11 de março em Madri, Indonésia e Austrália estão às vésperas de eleições nacionais. No próximo dia 20 acontece o segundo
turno da eleição presidencial indonésia -a presidente Sukarnoputri enfrenta o general Susilo
Bambang Yudhoyono, líder nas
pesquisas.
Mesmo com os ataques dos últimos anos, o terrorismo não se
tornou um tema da disputa entre
os dois candidatos. Apesar de o
país ter a maior população islâmica do mundo, a religião não desempenha um papel predominante na política -tanto Sukarnoputri como Yudhoyono são
nacionalistas seculares.
Na Austrália, as eleições parlamentares do dia 20 de outubro
definirão se o premiê Howard
conquistará seu quarto mandato
à frente do governo.
Na prisão, o clérigo Bashir, que
ainda será submetido a julgamento, negou ter elos com os ataques.
"Sou contra atentados como esse.
Mas as autoridades ainda assim
vão usar isso para me atacar", disse por meio de seu advogado.
Com agências internacionais
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