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AMÉRICA LATINA
Dois tanzanianos foram presos na rodoviária, onde foi achado pacote com fotos do Consulado dos EUA
PF apura suposto complô terrorista no Rio
IURI DANTAS
LEILA SUWWANN
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Polícia Federal está investigando um suposto plano para a
realização de um atentado terrorista contra o Consulado dos Estados Unidos no Rio de Janeiro.
Dois tanzanianos, identificados
como David John Pama e Salim
Nassir Salim, foram presos no último dia 1�, na rodoviária do Rio,
e um envelope com fotos do consulado foi encontrado. A segurança nas representações diplomáticas dos EUA foi reforçada.
A Embaixada dos EUA em Brasília adotou um tom de cautela.
Afirmou que, por enquanto, não
há informações claras a respeito
do acontecimento e que "tomou
as precauções necessárias". "Não
há conexão entre a prisão e alguma ameaça concreta ao consulado ou a interesses americanos no
Rio", diz nota divulgada pela representação diplomática.
Na semana que antecede a data
que marcará os três anos do 11 de
Setembro, o consulado havia solicitado reforço da segurança. Em
Washington, o Departamento de
Estado disse que está acompanhando o caso.
Segundo o superintendente da
PF do Rio, José Mílton Rodrigues,
a suspeita contra os tanzanianos
surgiu no dia da prisão, quando
funcionários da rodoviária encontraram no banheiro um pacote com fotografias externas do
consulado americano, anotações
em português no verso sobre as
entradas e saídas do prédio e um
guia telefônico da cidade do Rio.
O material foi encaminhado para a perícia, cujo objetivo é identificar impressões digitais.
A PF ainda não dispõe de informações conclusivas sobre o caso.
Os dois tanzanianos ficarão detidos por até 60 dias na penitenciária de Ary Franco, no Rio. A prisão aplicada aos dois, chamada de
administrativa, é destinada especificamente a casos de estrangeiros com vistos irregulares, como
aconteceu com os tanzanianos.
Nesse período, os policiais vão
apurar se o envelope pertencia a
Pama e Salim e se eles fazem parte
de algum grupo terrorista.
Em depoimento à PF, os dois
suspeitos, que ainda não possuem
advogado, disseram que estão no
Brasil fazendo turismo e negaram
conhecer o envelope.
Ajuda internacional
Como ponto de partida para as
investigações, os policiais federais
do Rio requisitaram informações
à Interpol -rede de auxílio composto por polícias de diversos países. Ainda não há resposta sobre
se há algo contra Pama e Salim.
O fato de serem tanzanianos levantou suspeitas porque o país foi
um dos alvos de uma série de
atentados contra representações
americanas na África, realizada
pela Al Qaeda, em 1998.
De acordo com o superintendente da PF no Rio, o inquérito
por ora tem o objetivo principal
de fundamentar a deportação dos
dois estrangeiros.
Em Brasília, o caso é tratado de
forma cautelosa. Os ministérios
da Justiça e das Relações Exteriores não devem se pronunciar oficialmente por ora.
Colaboraram Mario Hugo Monken, da
Sucursal do Rio, e Fernando Canzian, de
Washington
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