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Al Qaeda discute legado de Zarqawi
Três disputam lugar do jordaniano; Abdul Rahman al Iraqi é favorito entre partidários na internet
Terrorista foi achado vivo após bombardeio dos EUA e tentou saltar de maca; filho de 1 ano e meio estaria entre mortos na ação militar
Ali Yussef/France Presse
![](https://cdn.statically.io/img/www1.folha.uol.com.br/../images/e1006200601.jpg) |
Iraquianas choram morte de parentes em ataque que deixou quatro vítimas em Baquba, região onde Zarqawi foi morto na quarta |
DA REDAÇÃO
Em sites freqüentados por
extremistas islâmicos, simpatizantes e partidários de Abu
Musab al Zarqawi, morto por
forças dos EUA e do Iraque na
última quarta, passaram ontem
a designar como sucessor do líder da Al Qaeda no Iraque Abu
Abdul Rahman al Iraqi, apontado antes como seu adjunto.
Na véspera, o nome de Iraqi
havia sido citado por comandantes americanos como sendo
o do conselheiro espiritual de
Zarqawi, morto a seu lado no
bombardeio perto de Baquba.
É possível, no entanto, que
eles não sejam a mesma pessoa,
alertou Eva Kohlmann, especialista em movimentações na
hierarquia da Al Qaeda, em Nova York.
Iraqi postou uma mensagem
na qual ainda assina como "adjunto", o que seria um indício
de que a sucessão de Zarqawi
ainda não foi definida. Ainda
assim, nos fóruns da internet
há a exortação para que os jihadistas passem a ouvi-lo e a obedecê-lo como o novo "emir".
Outros nomes emergiram. O
general William Caldwell, comandante americano no Iraque, disse crer que o sucessor
de Zarqawi seja um outro extremista, Abu Ayyub al Masri,
que conviveu longamente com
Osama bin Laden. Masri é um
especialista em explosivos treinado no Afeganistão. Chegou
ao Iraque em 2002, com a missão de criar uma célula da Al
Qaeda em Bagdá.
O último nome ontem aventado foi o de Abdullah Rashid al
Baghdadi, que preside o Conselho dos Mujaidins, colegiado
que agregaria a Al Qaeda e outros grupos islâmicos.
Capturado vivo
Uma versão mais detalhada
sobre o que ocorreu na quarta-feira indica que Zarqawi foi
capturado vivo por policiais
iraquianos. Estava ferido.
Colocado numa maca, tentou
saltar dela, como se as fraturas
ainda tornassem uma fuga possível. Morreu minutos depois,
ao murmurar algo inaudível.
Segundo a CNN, ele foi localizado a partir de informações
de um militante da Al Qaeda
preso em maio na Jordânia que
teve o relato cruzado com informes de um espião infiltrado
no grupo. Anteontem, a versão
que circulou era a de que seu
guia espiritual, Iraqi, havia sido
seguido sem saber.
A agência France Presse afirmou, por sua vez, que uma
criança de um ano e meio morta no bombardeio era um filho
do terrorista. Segundo relatos,
Zarqawi era casado com três
mulheres, uma das quais morreu com ele.
Ontem, o presidente George
W. Bush cumprimentou pela
morte do terrorista o general
Stanley McChrystal, superior
da Força Delta, unidade antiterrorismo do Exército. Não está claro, no entanto, o papel que
ela teve no episódio.
Pesquisa do Instituto Ipsos
para a Associated Press revelou
que a morte de Zarqawi não
afetou o pessimismo dos americanos com relação à intervenção militar no Iraque. A invasão
daquele país foi um erro para
59% dos americanos, contra
49% em dezembro último.
Família quer o corpo
Na cidade jordaniana de Zarqa, a família de Zarqawi pediu
que as autoridades americanas
liberem o corpo do terrorista
para que ele seja sepultado entre seus parentes. "É uma questão de direito e dignidade", disse Fadhil al Khalayleh, um de
seus irmãos.
A Jordânia estuda permitir a
repatriação de seu corpo para o
sepultamento. Resta saber se as
autoridades americanas aceitariam a transformação do túmulo do terrorista numa espécie
de santuário da jihad.
Um dos principais nomes
dessa guerra, o mulá afegão
Mohammad Omar, chefe do regime do Taleban, deposto no final de 2001, disse que a morte
de Zarqawi não desencorajará a
luta dos islâmicos contra "as
forças da cruzada".
Em Gaza, o Hamas negou
ter-se declarado "enlutado"
com a morte de Zarqawi. Um
fax nesse sentido foi anteontem enviado à Reuters. Mas o
porta-voz do grupo terrorista
palestino qualificou o terrorista de "símbolo" dos "movimentos pela libertação do Iraque".
Com agências internacionais
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