|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SAIBA MAIS
Escândalo de 82 envolve a máfia e assassinato
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois das extravagâncias
da Renascença e da venda de
indulgências durante o século 16, os escândalos envolvendo o Banco do Vaticano
formam algumas das maiores manchas na reputação
da Igreja Católica.
O banco já foi acusado de
ajudar italianos ricos a sonegar impostos, de ter lavado
dinheiro para a máfia e de
servir como um eficiente canal para financiamento ilícito de campanhas políticas.
Um dos maiores escândalos, porém, foi o envolvimento da instituição com o
colapso do Banco Ambrosiano italiano, em 1982.
O ex-dirigente do Ambrosiano, Roberto Calvo, era conhecido como ""o banqueiro
de Deus" tanto por suas ligações com o Banco do Vaticano quanto com a máfia.
Na base do escândalo estavam cartas do Banco do Vaticano garantindo operações
duvidosas realizadas pelo
Ambrosiano, que usou as
garantias da igreja em negócios fraudulentos.
As cartas foram assinadas
pelo arcebispo Paul Marcinkus, presidente do Banco do
Vaticano à época. Em uma
série de escândalos, o Ambrosiano quebrou com um
rombo de US$ 1,2 bilhão.
Apesar de o Vaticano ter
negado qualquer envolvimento, teve de arcar com indenizações de US$ 244 milhões. Diante da resistência
de Marcinkus em pagar uma
conta que mancharia a imagem da igreja, o próprio João
Paulo 2� teria tomado a decisão, temendo que o caso se
arrastasse ainda mais.
Logo depois da quebra do
Ambrosiano e sob fiança,
Calvi fugiu para Londres.
Dias depois, foi encontrado
enforcado com alguns tijolos e US$ 15 mil nos bolsos
pendurado na ponte de
Blackfriars, sobre o Tâmisa.
A hipótese inicial de suicídio foi afastada totalmente
só 20 anos depois. Peritos
alemães constataram que teria sido impossível a Calvo
subir sozinho na plataforma
de onde ficou pendurado.
A polícia italiana logo começou a investigar a participação da máfia no caso. O
motivo do assassinato seria
vingança pelo fato de Calvo
ter desviado para si parte de
um dinheiro que deveria ter
sido apenas lavado.
Em 2004, detetives italianos encontraram US$ 70 milhões em uma conta de Calvo nas Bahamas.(FCZ)
Texto Anterior: Vaticano e Santa Sé estão no vermelho Próximo Texto: Entidade dos EUA levanta US$ 200 mi Índice
|