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ORIENTE MÉDIO
Soldados obrigam civis a segui-los em incursões
Justiça de Israel proíbe Exército de usar palestinos como "escudos"
DA REDAÇÃO
O Exército de Israel terá de parar de usar civis palestinos como
"escudos humanos" em operações contra supostos terroristas.
Uma decisão de ontem da Suprema Corte do país aceitou a alegação de grupos de direitos humanos de que a prática contraria o
direito internacional.
O juiz da Suprema Corte Aharon Barak classificou o costume
militar como "cruel" e "bárbaro".
Quando faz busca de suspeitos
em casas palestinas, o Exército leva civis para bater à porta ou entrar na casa antes dos soldados.
Um civil morreu nessa situação e
dezenas já ficaram feridos.
Ativistas de direitos humanos
citam o caso de um menino de 13
anos que foi em 2004 amarrado
ao capô de um jipe militar durante protestos na Cisjordânia em
que palestinos atiravam pedras.
"O verdadeiro teste será a implementação. Não é suficiente
apenas lançar uma norma", disse
Sarit Michaeli, porta-voz do grupo israelense de direitos humanos
B'Tselem. "É crucial que o Exército notifique todos os soldados sobre o assunto, única forma de eliminar comportamentos ilegais."
Já havia uma ordem temporária
contra a prática, expedida pela
corte em 2002. O texto da ordem
anterior, que permitia a ajuda espontânea de civis nas operações
de busca, dava supostamente
margem a abusos.
"Preocupa-me que, quando o
Exército chega no meio da noite,
ninguém se recuse a cooperar por
medo", acrescentou Barak à decisão. "Em 99% dos casos, não é livre e espontânea vontade."
O chefe do Exército, Dan Halutz, ordenou às tropas que a nova
regra seja posta em prática imediatamente. "Espera-se que os
soldados relatem aos superiores
qualquer violação", disse Halutz,
segundo a Rádio Israel.
O Exército havia utilizado o argumento de que os civis preveniriam mortes desnecessárias, mas
a corte considerou que "é obrigatório separar residentes inocentes
da área de ações hostis".
Setores temem que a medida dificulte o combate ao terrorismo.
Effie Eitam, parlamentar e ex-general, afirmou: "A norma deixa o
Exército de mãos amarradas".
Professor é seqüestrado
O professor Ahmed Abdel Karim, 47, chefe do Departamento
de Engenharia da Universidade
A-Najah, em Nablus, foi levado de
sua casa na Cisjordânia ontem
por homens armados. Karim é
conhecido por suas relações com
o grupo terrorista Hamas.
Com agências internacionais
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