São Paulo, sexta, 3 de julho de 1998

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ARGENTINA
Suposta filha exige exame de DNA
Cadáver de Perón deve ser exumado

AUGUSTO GAZIR
de Buenos Aires

A Justiça argentina estuda pedir a exumação do corpo do general Juan Domingo Perón (1895-1974), três vezes presidente do país.
Marta Holgado, que se diz filha do general, quer comprovar a paternidade e entrou em 1996 com um processo para que se realize teste de DNA a ser retirado do corpo de Perón.
A juíza responsável pela causa, Irene Martinez Alcorta, fez nesta semana uma consulta ao juiz que investigou o roubo das mãos do corpo de Perón para saber se haveria problema na exumação.
O túmulo de Perón foi violado durante o governo do presidente Raúl Alfonsín, em 1987. As mãos do general foram roubadas.
"A consulta da juíza significa que ela está disposta a pedir a exumação. Em algum momento isso vai ocorrer, mas não podemos dizer que a ação é iminente", afirmou o advogado Ricardo Sanz.
Ele foi o advogado que iniciou o processo de Marta Holgado em 1996. Na ocasião, Martinez Alcorta negou o pedido. Em agosto do mesmo ano, a Câmara Civil aceitou recurso de Sanz, e a causa voltou para a reavaliação da juíza.

Perón
Juan Domingo Perón foi eleito presidente pela primeira vez na Argentina em 1946. Neste ano, foi promovido a general pelo Congresso Nacional.
Em 1949, passou a governar como ditador. O Estado peronista garantiu melhorias no padrão de vida dos trabalhadores, mas restringiu direitos políticos do cidadão. Ele foi reeleito em 1951.
Um movimento militar derrubou o general em 55. Perón se exilou na Espanha e voltou ao país em 73, ano em que se elegeu presidente pela terceira vez.
Morreu em 74, vítima de infarto. Sua terceira mulher e vice-presidente, Isabelita Perón, assumiu o governo, mas foi deposta por movimento militar liderado pelo ex-general Jorge Videla, em 76.
Perón fundou o Partido Justicialista, atualmente no governo.



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