DA REDAÇÃO

Depois de ver o governo Evo Morales dar uma demonstração de força ao aprovar a nova lei de reforma agrária na última quarta-feira, a oposição boliviana tentará reagir hoje com uma paralisação de 24 horas em cinco dos nove departamentos da Bolívia, todos governados pela oposição.
O protesto é organizado por entidades empresariais que se opõem à nova lei agrária -que aumenta os poderes do Executivo para determinar se uma área é ou não produtiva- e ao sistema de votação por maioria simples na Assembléia Constituinte.
Ontem, a Petrobras informou a retomada da produção de gás e petróleo no Campo Caranda (a 100 km de Santa Cruz), depois de a área ter sido desocupada por agricultores, que exigiam obras de infra-estrutura. O campo ficou parado por 26 horas.
Às voltas com os problemas na Bolívia e com novas ameaças contra a Petrobras, agora no Equador, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou novamente um tom conciliador ontem em Abuja (Nigéria), ao dizer que os países têm o direito de reivindicar a posse de suas reservas. Lula afirmou que as negociações precisam ser "justas", mas que os países estão certos. "Na história da humanidade, todos os países que são detentores de matérias-primas, petróleo, gás, minério de ferro, em algum momento fizeram briga para que o potencial da riqueza emanada de seus minerais fique em seus países", disse. Lula deu as declarações durante entrevista coletiva em Abuja, onde também estava o presidente Morales.