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Julia Sweig Menos � mais no Rio? Os avan�os ser�o feitos nos espa�os menores do poss�vel, onde menos poder� resultar em mais A crise financeira de 2008 salientou a frase "grande demais para falir", em alus�o �s consequ�ncias econ�micas fat�dicas que adviriam se os grandes bancos americanos n�o fossem socorridos. A dificuldade em chegar a resultado significativo nos encontros do G20 e Rio+20 desta semana sugere a frase alternativa: grande demais para ter �xito. Os trunfos em jogo s�o grandes demais: em Los Cabos, a economia global; no Rio, o bem-estar ambiental e social global. Em Los Cabos, a divis�o em torno de est�mulo fiscal ou austeridade est� distante das expectativas de quatro anos atr�s de que o G20 pudesse criar solu��es financeiras para lidar com tais crises. No Rio, a divis�o crescente entre pa�ses em desenvolvimento e desenvolvidos cedeu a uma verdade mais gritante: a impossibilidade de mais de 50 mil pessoas representando mais de cem pa�ses e organiza��es produzirem consenso significativo para desenvolvimento, prote��o e crescimento sustent�veis. Voc� se lembra da falta de sintonia entre a rua e as delega��es oficiais na reuni�o da OMC em Seattle, em 1999? Ou do caos nas negocia��es clim�ticas em Copenhague? Uma d�cada de benef�cios decrescentes dessas confer�ncias globais fez das expectativas baixas ingrediente necess�rio ao seu pr�prio �xito -� essa a vis�o majorit�ria. Outro verso deste Novo Testamento: cada chefe de Estado, especialmente os democraticamente eleitos, leva a esses encontros sobretudo preocupa��es dom�sticas. A elei��o de Obama este ano, por exemplo, pode depender de se impedir que as consequ�ncias da crise europeia afetem a j� fraca recupera��o econ�mica dos EUA. A presen�a de Obama no Rio refor�aria sua posi��o nos EUA ou favoreceria os resultados do encontro? Provavelmente n�o. A estatura global da secret�ria Clinton -t�o mega quanto seu chefe e mais sintonizada com as quest�es de desenvolvimento, g�nero e seguran�a-mais do que satisfaz. Mas o sucesso no Rio ser� definido menos pela estatura das delega��es oficiais e mais por governadores estaduais e prefeitos de grandes cidades que se engajem com o capital privado para criar investimentos infraestruturais verdes e mecanismos reais para reduzir emiss�es. Ou nas margens da confer�ncia, onde a explos�o da livre express�o � evidente nas m�dias sociais, na cal�ada diante do BNDES, nas tendas do Flamengo e nos protestos contra Ahmadinejad em Ipanema. Vinte anos atr�s, Guatemala e Col�mbia, que hoje promovem o conceito das Metas de Desenvolvimento Sustent�vel, travavam guerras civis, n�o se preocupando com o impacto que o tratamento dado ao ambiente global poderia ter sobre o bem-estar nacional. Minha aposta? Dentro de 20 anos teremos feito progressos mensur�veis nas metas de crescimento verde, seguran�a alimentar, redu��o da pobreza e prote��o da �gua, dos oceanos e florestas. Mas esses avan�os ser�o feitos nos espa�os menores do poss�vel, onde menos poder� resultar em mais do que os f�runs globais gigantescos conseguem de fato realizar. Tradu��o de CLARA ALLAIN
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