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EUA recuam de press�o nuclear sobre Brasil Washington desiste de cobrar explicitamente ado��o de regime mais rigoroso de inspe��o do programa pelo pa�s Mudan�a dos EUA j� � notada pelo Itamaraty; visita de negociador americano em 2011 causou boa impress�o IGOR GIELOWSECRET�RIO DE REDA��O DA SUCURSAL DE BRAS�LIA Depois de anos com uma atitude considerada agressiva e imperial pelo Brasil, os EUA desistiram de cobrar explicitamente a aceita��o a um regime mais rigoroso de inspe��o do programa nuclear. "Respeitamos a decis�o do Brasil de aderir aos Protocolos Adicionais na hora que considerar mais adequada", afirmou � Folha Rose Gottemoeller, subsecret�ria interina para Controle de Armas e Seguran�a Internacional do Departamento de Estado. Ela chega hoje a Bras�lia para uma rodada de conversas, acompanhada de Thomas Countryman, secret�rio-assistente para Seguran�a Internacional e N�o Prolifera��o. O encontro � preparat�rio para a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington no m�s que vem. A frase de Gottemoeller pode soar �bvia, mas traz mudan�a. Em visitas anteriores, funcion�rios dos EUA cobravam abertamente uma ades�o brasileira aos protocolos. Criados em 1997, eles s�o salvaguardas adicionais ao TNP (Tratado de N�o Prolifera��o Nuclear, de 1970) que permitem enorme liberdade � AIEA (Ag�ncia Internacional de Energia At�mica) para fiscalizar as atividades at�micas de um pa�s. Na vis�o brasileira, s�o inaceit�veis, ainda que isso renda sempre um grau de desconfian�a, mesmo que a Constitui��o vete a bomba. Para o Brasil, segredos industriais como o funcionamento das centr�fugas nacionais de enriquecimento de ur�nio em combust�vel nuclear seriam abertos. O Brasil est� numa posi��o rara de possuir uma grande reserva de ur�nio (a sexta do mundo) e a tecnologia para processar o min�rio em combust�vel. � um mercado bilion�rio, e a produ��o n�o est� estabelecida no pa�s. Segundo a Folha apurou, a mudan�a j� era sentida no Itamaraty. No fim de 2011, o negociador americano que obteve o recente acordo com a Coreia do Norte, Glyn Davies, esteve em Bras�lia para visita extraoficial que causou boa impress�o. Isso pode ser visto como uma decorr�ncia da �ltima revis�o do TNP, de 2010, quando a ades�o aos protocolos n�o ganhou o car�ter de obrigatoriedade pretendido pelas pot�ncias nucleares. Assim, ganhou for�a a posi��o brasileira de manter a independ�ncia de seus programa e, ainda assim, ser cortejado como "um exemplo de credibilidade", como classificou Gottemoeller. Ela, que negociou a retomada do desarmamento com a R�ssia, trar� na bagagem o que considera "resultados muito pr�ticos" do processo. � uma resposta � cobran�a brasileira de que � hipocrisia exigir que os "sem-bomba" sejam vigiados enquanto os "com-bomba" mant�m seus arsenais enormes. E uma forma bem mais elegante de fazer lobby pela ades�o aos protocolos. Como as diverg�ncias s�o conhecidas, n�o � esperada uma grande novidade sobre o programa nuclear do Ir�. O Brasil � contra uma a��o militar para brecar as ambi��es de Teer�, e os EUA n�o a descartam por princ�pio. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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