An�lise
O que importa se Hillary se saiu melhor entre os democratas?
Dois fatos ficaram n�tidos no primeiro debate entre os presidenci�veis democratas. O primeiro � que n�o h� entre eles o fogo amigo visto entre os republicanos ou no passado do pr�prio partido; o outro, os rivais de Hillary Clinton n�o estavam no palco.
Por isso, pouco vale ela ter vencido o debate. Era o m�nimo esperado da mulher que foi secret�ria de Estado, senadora e primeira-dama, que vive pol�tica desde a faculdade e que j� disputou uma prim�ria, ao contr�rio dos rivais.
O maior advers�rio de Hillary, neste momento, � o vice de Barack Obama, Joe Biden, que nem sequer decidiu ser candidato e j� est� em terceiro nas inten��es de voto. Mais de 20 pontos atr�s da ex-chanceler e com Sanders no meio, verdade, mas subindo.
Populista � esquerda, � Biden o candidato com quem Obama tem afinidade pessoal. Seu eventual sucesso, portanto, est� colado ao do presidente, cuja aprova��o avan�a (46% na aferi��o do Gallup neste m�s).
Eis o segundo advers�rio de Hillary: Obama. Na �ltima semana, os dois se distanciaram, com ela criticando o acordo comercial fechado pelo ex-chefe com pa�ses do Pac�fico e ele falando que a ex-funcion�ria errou em usar o e-mail pessoal para trabalho.
A dissocia��o pode funcionar para Hillary, que assim cativaria o eleitor indeciso de centro. Mas conquistar a un��o do partido em atrito com o atual presidente n�o � f�cil.
Apesar do vis�vel esfor�o para parecer af�vel, Hillary ainda perde para Biden em simpatia. Bobagem? Muitos analistas atribuem as vit�rias de George W. Bush ao fato de ele ir melhor do que Al Gore e John Kerry quando o eleitor respondia com qual deles preferiria tomar uma cerveja.
Hoje, diz o Gallup, 49% dos americanos t�m boa imagem de Biden, dez pontos a mais do que em mar�o. Hillary marcava 41% em setembro, seu pior n�vel em 23 anos.
Por fim, Hillary enfrentar� Bill Clinton. Tanto o envolvimento do casal com lobbies quando ele governava como a contribui��o do ex-presidente para a desregulamenta��o de Wall Street estar�o na berlinda, como em 2008.
A falta de fogo amigo tamb�m pode ser menos ben�fica do que parece. A campanha dos EUA � espet�culo, e qualquer previs�o agora, a 13 meses da elei��o e a ao menos seis da defini��o dos candidatos, � ler borra de caf�.
At� l�, ser� preciso se fazer ouvir. E o debate de ter�a, embora de bom n�vel, pouco fez para atrair votos novos quando a briga come�ar de vez.