Saltar para o conte�do principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mundo

An�lise

Ela foi uma fantasia, at� que Humphrey Bogart a tomou

Sob orienta��o de Howard Hawks, ela teria de criar a voz grave que a celebrizou, para ent�o ser lan�ada como uma estrela

IN�CIO ARAUJO CR�TICO DA FOLHA

No come�o, Lauren Bacall foi uma fantasia de Howard Hawks. Ou antes, foi uma descoberta de Slim, a mulher de Hawks, que a viu na capa de uma "Harper's Bazaar" e mostrou-a ao marido. Hawks gostou e a tomou sob contrato pessoal: queria, com ela, realizar essa sua fantasia de lan�ar uma grande estrela.

Nesse momento, Bacall ainda n�o era Bacall. Ela ainda teria de, sob orienta��o de Hawks, criar a voz grave que a celebrizou, para ent�o ser lan�ada como estrela de "Uma Aventura na Martinica".

Quando as filmagens come�aram, por�m, nem tudo estava pronto. Ao fazer a primeira cena com Humphrey Bogart, conta-se que Lauren tremia como vara verde.

Foi Bogart que conseguiu acalm�-la, dar-lhe confian�a. Da� surgiu a cena em que ele joga-lhe uma caixa de f�sforos e ela acende um cigarro: esse quase nada tornou-se uma cena mais que cl�ssica do cinema americano.

Hawks, no entanto, n�o queria apenas lan�ar uma estrela. Queria t�-la sob controle. Queria possu�-la (provavelmente em mais de um sentido). Ora, a paix�o de Lauren por Bogart poria fim � sua fantasia. E tamb�m � da ent�o mulher de Bogart, que n�o p�de fazer nada contra a nova uni�o do marido.

Quando o filme foi lan�ado nos EUA, em 1945, Lauren tinha s� 20 anos. O trio faria outra obra-prima: o noir "� Beira do Abismo" (1946). Foi o �ltimo do trio. Da� por diante haveria Bacall-Bogart, ponto.

Como casal, ainda fariam um filme de peso, o policial "Paix�es em F�ria" (1948), de John Huston. Depois, Lauren exibiu talento espor�dico, nem sempre profundo.

Funcionou na com�dia "Como Agarrar um Milion�rio" (1953), mas quem brilhava era Marilyn Monroe. Deu certo em "Palavras ao Vento" (1956), de Douglas Sirk, mas a atriz forte ali era Dorothy Malone.

Ap�s a morte de Bogart, em 1957, voltou com destaque na formid�vel com�dia "M�dica, Bonita e Solteira" (1964), de Richard Quine, mas ali quem brilhava era Natalie Wood.

Outro reaparecimento, em 1976, com "O �ltimo Pistoleiro", not�vel faroeste de Don Siegel. Ainda uma vez, ser� a coadjuvante, no caso de John Wayne, que faz o pistoleiro com c�ncer terminal.

Se n�o confirmou promessa de ser uma das maiores atrizes de Hollywood, mereceu um Oscar honor�rio em 2009 em reconhecimento ao seu papel central nos anos dourados do cinema: como senhora Bogart ou como a garota de olhos e voz apaixonantes, � isso mesmo que ela foi: central, fascinante, sonora.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da p�gina