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Mundo

Matias Spektor

Progresso silencioso

Longe dos holofotes, Brasil e EUA t�m encaminhado pend�ncias em com�rcio, investimento e tributa��o

O governo norte-americano come�a a preparar um poss�vel encontro entre Dilma e Obama.

Na perspectiva de Washington, isso � bom porque o relacionamento bilateral vem avan�ando positivamente.

Longe dos holofotes e sem alarde, as duas diplomacias t�m encaminhado pend�ncias em temas como com�rcio, investimento e tributa��o.

Em sil�ncio, dissiparam o mal-estar caracter�stico dos �ltimos meses do governo Lula e avan�aram em novas �reas: a Casa Branca considerou a postura de Dilma diante da sucess�o presidencial venezuelana como "excelente" e n�o apenas entende, como aprecia, o modo brasileiro de lidar com Cuba. Acha que conversar reservadamente com o Brasil sobre �frica e Oriente M�dio � �til, n�o mera formalidade.

O avan�o mais palp�vel talvez seja na �rea de coopera��o naval. Almirantes dos Estados Unidos s�o, na capital americana, os defensores mais influentes da ideia de um Brasil em ascens�o.

Nada disso significa que a rela��o esteja atravessando uma lua de mel. H� fric��es de baixa intensidade que n�o v�o desaparecer e s�rios problemas de percep��o m�tua.

A diplomacia americana � t�o orgulhosa quanto a brasileira e frustra-se cada vez que, em foros multilaterais ou grandes encontros Sul-Sul, Bras�lia dialoga ou coopera com Washington em privado, mas a esbofeteia em p�blico.

Idem para o argumento da Esplanada segundo o qual a pol�tica monet�ria americana seria causa de todo mal --proposi��o sem amparo nas an�lises econ�micas mais s�rias.

Mas o avan�o � ineg�vel, gra�as ao trabalho de bastidor das duas diplomacias.

O pr�ximo encontro poder� render excelentes frutos. Como Dilma tem a agonia de quem precisa vencer uma corrida eleitoral, enquanto Obama tem a flexibilidade do �ltimo mandato, as condi��es s�o boas para o Brasil pedir concess�es e levar.

Isso importa porque Obama receber�, neste ano, boa parte dos l�deres das chamadas Alian�a do Pac�fico e da Parceria Transatl�ntica, as duas iniciativas comerciais mais importantes dos �ltimos tempos. Juntas, elas pretendem destravar o com�rcio internacional. Representam, no entanto, um duro golpe contra os pilares da estrat�gia comercial brasileira, Mercosul e Organiza��o Mundial do Com�rcio.

Em uma conjuntura na qual h� muita coisa em jogo, � crucial que o governo brasileiro monte uma visita presidencial possante.

Possante de verdade.

Imagine Dilma no Congresso dos EUA, onde h� in�dita boa vontade porque senadores e deputados disputam investimentos brasileiros.

Imagine uma campanha de marketing para promover a marca Brasil antes da viagem, m�todo simples e barato que nunca foi testado.

Imagine uma presidente que encontra representantes dos mais de 2,5 milh�es de brasileiros que moram nos Estados Unidos, for�a que todo mundo ignora.

Imagine o an�ncio da pol�tica de conte�do local do pr�-sal em coletiva para a imprensa internacional antes da reuni�o no Sal�o Oval.

O progresso silencioso dos �ltimos dois anos criou as condi��es para avan�ar. P� no acelerador.


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