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Commodities

Clima afeta safra dos EUA e ajuda o Brasil

Seca na principal regi�o de gr�os pode comprometer colheita, faz pre�o subir e traz ganhos a produtor brasileiro

Primeiro contrato de soja subiu 4,2% na semana em Chicago; no Brasil, saca atingiu o recorde de R$ 69 no PR

MAURO ZAFALON
COLUNISTA DA FOLHA

Seca na principal �rea de produ��o de gr�os dos Estados Unidos afeta a safra do pa�s, faz o pre�o subir em Chicago e eleva os do Brasil para patamares recordes.

H� 30 dias n�o chove em algumas �reas do Meio-Oeste americano. A escassez de �gua ocorre principalmente no leste dessa regi�o, que � a principal zona produtora.

Com isso, a safra de gr�os pode ficar comprometida, principalmente porque n�o h� previs�o de chuva nos pr�ximos dias.

Esse cen�rio que se desenha para a produ��o norte-americana provocou forte alta nos pre�os das commodities na Bolsa de Chicago, recolocando o valor do contrato de novembro da soja nos maiores patamares do ano.

Ontem, esse contrato, que indica a chegada da soja norte-americana ao mercado, foi a US$ 13,80 por bushel (27,2 quilos). J� o primeiro contrato da Bolsa subiu para US$ 14,30 por bushel, com alta de 4,2% na semana.

O reflexo foi imediato no Brasil, com a soja atingindo valor recorde de R$ 69 a saca no porto de Paranagu� (PR).

Os pre�os nacionais mantiveram tend�ncia de alta tamb�m em outras regi�es produtoras. Em S�o Paulo, devido � demanda pelo produto, a saca chegou a R$ 62.

A falta de chuva afeta principalmente o milho, que est� em fase de flora��o. Os norte-americanos aproveitaram as boas condi��es clim�ticas no in�cio da safra e aceleraram o plantio. As estimativas de safra eram boas.

Agora, o cen�rio de colheita j� n�o � t�o favor�vel como h� algumas semanas. Os dados mais recentes do Departamento de Agricultura dos EUA (Usda) indicam que somente 56% das lavouras de soja se encontram em condi��es "boa" e "excelente".

No in�cio do m�s, o percentual das lavouras nessas condi��es era de 65%. Ao recuar para 56%, atinge o pior desempenho desde 2008.

OLHO NO CLIMA

O clima � o fator a ser olhado a partir de agora nos Estados Unidos, segundo Fernando Muraro Jr., da AgRural, de Curitiba. "O cen�rio � de quebra, caso a seca se consolide", diz ele.

Com a safra nacional deste ano j� praticamente acabada, o foco de aten��o se volta para a de 2013, que j� tem mais da metade comercializada, segundo Muraro.

Perda de produ��o nos Estados Unidos anima ainda ainda mais os produtores brasileiros.

No caso da soja, uma quebra l� elevaria os pre�os internacionais da commodity.

Mesmo que os pre�os n�o tenham novos reajustes no exterior, os produtores brasileiros devem fechar o ano no azul, devido �s vendas antecipadas a bons pre�os.

A exce��o fica para os do Sul, onde a perda somou pelo menos 10 milh�es de toneladas. Nesse caso, a alta atual poder� somente recompor um pouco o preju�zo que tiveram na safra de ver�o.

A conjuntura atual beneficia o produtor nacional em duas dire��es. Primeiro, a eleva��o dos pre�os da soja em Chicago vai render mais d�lares. Segundo, esses d�lares v�o render mais reais, devido � desvaloriza��o da moeda brasileira.

As mais recentes estimativas de safra nos EUA indicam 376 milh�es de toneladas de milho e 87 milh�es de soja.

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