Confian�a em investir � a menor em 3 anos

Com mais ociosidade nas linhas de produ��o e lucros em queda, empres�rios da ind�stria indicam que a fase atual � a pior para investir desde o auge da crise, em 2009. Eles indicam dificuldade para alocar recursos pr�prios em projetos e demanda mais fraca.

O diagn�stico � da Sondagem de Investimentos da Ind�stria, realizada em abril e maio e divulgada ontem pela Funda��o Getulio Vargas (FGV), no Rio. Foram ouvidos representantes de 879 ind�strias, com vendas totais de R$ 531 bilh�es.

De acordo com Aloisio Campelo, coordenador da FGV, o fraco crescimento econ�mico, a queda da produ��o industrial, o aumento da capacidade ociosa nas f�bricas e a crise europeia diminuem o otimismo de empres�rios, que adiam investimentos diante das perspectivas mais pessimistas para os pr�ximos meses.

DIFICULDADE

Diante desse quadro, 43% das empresas responderam, em abril e maio, que encontram dificuldades para investir -dez pontos percentuais acima do registrado no mesmo per�odo de 2011 (33%).

O n�mero � o maior desde a pesquisa de abril/maio 2009, quando a crise global ent�o vivia uma das fases mais agudas.

"O empres�rio est� claramente mais receoso", afirma Campelo.

As companhias mostram-se desmotivadas a investir em novos projetos, na compra de m�quinas e at� mesmo em ganhos de efici�ncia, algo que costuma persistir at� mesmo em momentos de crise.

"Isso � ruim porque o investimento em efici�ncia se traduz em aumento da produtividade no futuro."

EFEITO DA DESONERA��O

Segundo a pesquisa, 19% das empresas nem sequer mantinham programas de investimento e somente 30% planejavam expans�es -em ambos os casos, no maior n�vel desde abril/maio de 2009.

Para Campelo, o desest�mulo para novos investimentos contagia todos os setores de modo mais ou menos linear. O que muda s�o as raz�es para adiar os investimentos ou desistir dos projetos.

Entre todas as empresas, as principais dificuldades para investir s�o a falta de recursos pr�prios, decorrente da menor rentabilidade das companhias, e o enfraquecimento da demanda diante da crise. O cr�dito n�o est� entre os maiores entraves.

Os dados mostram, por�m, que as empresas mais beneficiadas por medidas de desonera��o e programas de est�mulos do governo est�o mais propensas a investir.

� o caso, por exemplo, dos fabricantes de bens dur�veis (m�veis, eletrodom�sticos e ve�culos) -47% deles planejam investir em aumento da capacidade.

Para as f�bricas de n�o dur�veis (alimentos e vestu�rio) o percentual � menor: 27%.