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Vinicius Torres Freire

Quinzena de agitos pelo mundo

Desde �ltima reuni�o do BC dos EUA, finan�a rearranja seus dinheiros e abala ativos no mundo inteiro

A CONVERSA sobre quase qualquer assunto est� contaminada pela ira dos dias tensos de campanha eleitoral. Conversas econ�micas ou, melhor, fofocas financeiras, ainda mais. Ent�o, esque�a-se por um minuto da Bolsa, do d�lar ou dos juros futuros no Brasil. Olhe-se pela janela, l� para fora. H� uma ventania derrubando folhas, a��es e moedas tamb�m. Quanto vai chover, n�o se sabe.

Faz duas semanas, os donos do dinheiro grosso est�o rearrumando seus capitais nas gavetas, vendendo isso, comprando aquilo. Da eurozona � Indon�sia, da �ndia � Coreia, da Austr�lia � Turquia, h� Bolsas no vermelho e moedas perdendo valor em rela��o ao d�lar.

Faz duas semanas, houve a reuni�o peri�dica do comit� de pol�tica monet�ria do Fed, o banco central norte-americano. N�o houve grande novidade, nem pequena, mas o pessoal do dinheiro achou que os juros americanos subiriam mais r�pido do que o antes previsto. O d�lar come�ou a subir pelo mundo quase inteiro.

At� o fim deste m�s, o Fed tamb�m deve deixar de "injetar" dinheiro na economia (comprar t�tulos a fim de baixar juros, grosso modo), o que de um modo ou de outro fazia desde 2008. Estava mais que previsto, ainda h� um mar de dinheiro barato pelo mundo, mas essa torneira vai secar.

A mar� da dinheirama vai parar de subir, dinheiro que serviu para chutar para cima o pre�o de ativos financeiros em geral. Os mais arriscados come�ariam a perder valor primeiro, como, dizem os americanos, � o caso de a��es de pequenas empresas de l�, estrelinhas do notici�rio de ontem.

O que mais aconteceu? Notou-se de novo que a eurozona est� num mato sem cachorro e que o crescimento se aproxima de zero de novo. Os juros da d�vida alem� est�o na lona, pois o crescimento baixa at� no centro europeu.

Avalia-se que est� mais pr�ximo o dia em que o Banco Central Europeu vai ter de fazer alguma coisa, algo na linha do programa de o Fed est� para encerrar. Mas essa conversa vinha progredindo de maneira lenta, gradual e segura faz meses.

"Tens�es geopol�ticas"? Bem, havia o caso com a R�ssia e Ucr�nia. Havia os cavaleiros do apocalipse isl�mico, o EI, e os tumultos da S�ria ao Iraque. Mas o problema russo deixara de causar como��o. Agora, decerto, h� uma fuga meio feia de capitais da R�ssia e boatos de que o pa�s vai controlar a sa�da de dinheiro. Mas n�o � bastante para azedar os ares do mundo. Quanto aos EI e Iraque: o pre�o do petr�leo at� vem caindo, para o menor n�vel em 17 meses ou 25 meses, a depender do mercado.

Claro que moedas, a��es e outros ativos financeiros caem a velocidades diferentes pelo mundo. Mas caem. Al�m do mais, depender da data de refer�ncia a partir da qual se calcula o tombo, as diferen�as parecem menos gritantes, Brasil inclusive.

Pa�ses com desarranjos econ�micos, ou assim percebidos pela finan�a, padecem mais, como foi o caso de Brasil e outros "fr�geis" em meados do ano passado. Mas h� sinais inequ�vocos de que essa temporada de rearranjos � global. Haver� outras, at� pelo menos o final do ano que vem.

vinit@uol.com.br


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