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Acordo entre Brasil e EUA encerra 12 anos de disputa sobre algod�o
Washington pagar� US$ 300 milh�es a fundo brasileiro e limitar� subs�dios � exporta��o
Decis�o coroa quase cinco anos de conversas ap�s OMC dar ao Brasil direito de retaliar EUA em US$ 830 milh�es
Os governos do Brasil e dos EUA assinaram nesta quarta (1�) acordo que p�e fim a uma disputa em torno de subs�dios � produ��o de algod�o que se arrastava desde 2002.
A disputa comercial se referia a incentivos governamentais que os produtores americanos recebiam e chegou � Organiza��o Mundial do Com�rcio (OMC).
Em 2009, o Brasil ganhou na OMC o direito de retaliar os americanos em quase US$ 830 milh�es --valor que encolheu nos �ltimos anos devido a mudan�as nas vari�veis usadas para o c�lculo.
O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, e o ministro da Agricultura, Neri Geller, encontraram-se em Washington com o representante de com�rcio americano (equivalente a ministro), Michael Froman, para assinar o acordo que prev� o pagamento de US$ 300 milh�es ao Instituto Brasileiro do Algod�o j� neste m�s.
O documento inclui ainda a limita��o das garantias de cr�dito � exporta��o oferecida pelo governo dos EUA a at� 18 meses, inclusive para produtos como milho e soja. Para Figueiredo, esta � a maior conquista do acordo. No passado, o governo dos EUA estendia essas garantias por at� 36 meses.
Os americanos j� haviam pago US$ 530 milh�es aos brasileiros, mas esses recursos, segundo Geller, s� podiam ser gastos em divulga��o e promo��o. Agora, os produtores brasileiros poder�o usar o recurso para investir em log�stica (transporte e armazenamento) e pesquisa.
Para o ministro da Agricultura, o acordo deixar� o produto nacional mais competitivo especialmente em mercados asi�ticos, como a Coreia do Sul. O Brasil � o terceiro maior exportador mundial de algod�o, atr�s apenas de EUA e �ndia, com vendas acima de US$ 1,2 bilh�o em 2013.
Em 2010, havia sido assinado um acordo tempor�rio para o pagamento pelos EUA de US$ 147 milh�es, em parcelas, a um fundo de apoio a produtores brasileiros. Mas, desde outubro de 2013, com os cortes or�ament�rios do governo americano, o pagamento n�o era depositado.
O direito � retalia��o ganho na OMC permitiria ao Brasil impor tarifas sobre produtos americanos como eletr�nicos e avi�es e de agir sobre patentes farmac�uticas, algo sens�vel para os EUA.
Questionado se a rela��o bilateral come�ava a melhorar ap�s a crise com a revela��o da espionagem dos EUA no pa�s, em 2013, Figueiredo disse que o acordo � "um passo a favor do aperfei�oamento das rela��es comerciais". Mas a espionagem, acrescentou, foi fato "grav�ssimo".