Saltar para o conte�do principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Mercado

An�lise pol�tica monet�ria

Juros caminham para novo patamar, mas sem encaixar infla��o na meta

At� o fim da gest�o Dilma, a taxa se aproximar� de 3% acima da infla��o, em vez do atual 1,7%

As taxas baixas dos �ltimos 6 meses n�o foram uma conquista da pol�tica econ�mica

GUSTAVO PATU DE BRAS�LIA

Os juros brasileiros caminhar�o para um novo patamar, mas n�o subir�o o bastante para encaixar novamente a infla��o na meta oficial, segundo as expectativas mais consensuais.

No horizonte vis�vel para analistas e investidores, at� o fim do governo Dilma Rousseff a taxa do Banco Central se aproximar� de 3% acima da infla��o, em vez do 1,7% que vigorava at� ontem.

Em uma conjuntura dom�stica e internacional de fragilidade econ�mica, n�o se trata de uma eleva��o desprez�vel. Pode ser o bastante, por exemplo, para o Brasil voltar a liderar rankings mundiais da modalidade.

Os juros reais hoje s�o negativos --ou seja, as taxas nominais s�o inferiores � infla��o-- na maior parte do mundo desenvolvido, incluindo EUA, Jap�o e os pa�ses europeus mais ricos.

Essa in�dita generosidade monet�ria, cujo objetivo � despertar essas economias do torpor, tamb�m afeta os emergentes, que n�o precisam mais pagar juros t�o altos para atrair capital estrangeiro.

Levantamento feito pelo site Moneyou em 40 pa�ses n�o encontrou taxas mais altas que os 3,8% da Argentina --mas as estat�sticas do pa�s vizinho s�o alvo de descr�dito generalizado. Em segundo lugar est� a China, com 2,5%; o Brasil est� em quinto.

LIMITE POL�TICO

Entre a emerg�ncia inflacion�ria e a conveni�ncia eleitoral, calcula-se que a Selic ser� elevada para algo entre 8,25% e 8,75%, com infla��o futura em torno de 5,5% anuais --a meta de 4,5% sumiu das proje��es.

Ainda que hoje esse pare�a ser o limite pol�tico para a atua��o do BC, os estudos mais ortodoxos preveem juros mais altos no futuro.

Por essa l�gica, mais cedo ou mais tarde as economias desenvolvidas v�o se recuperar da crise e abandonar as atuais estrat�gias de est�mulo monet�rio agressivo.

J� o Brasil viveu --ou vive-- o mais longo per�odo de crescimento econ�mico baixo ou med�ocre desde o Plano Real, lan�ado quase duas d�cadas atr�s.

No final do ano passado, o pa�s completou dez trimestres consecutivos de expans�o do Produto Interno Bruto inferior a 1%.

Encerrado o per�odo de pasmaceira, a esperada acelera��o da atividade dar� novo impulso aos sal�rios, ao consumo e aos pre�os, o que resultar� em juros maiores.

Em outras palavras, as taxas historicamente baixas dos �ltimos seis meses n�o resultaram de uma conquista da pol�tica econ�mica, mas de uma coincid�ncia transit�ria de eventos.

ANOMALIA

Trabalhos publicados pela Funda��o Getulio Vargas e pelo Fundo Monet�rio Internacional estimaram que, em circunst�ncias normais, os juros reais necess�rios para manter a infla��o sob controle e o PIB em crescimento no Brasil s�o de 5%.

Trata-se de uma anomalia para os padr�es internacionais, cuja explica��o desafia e divide os estudiosos: as hip�teses v�o da insufici�ncia de poupan�a nacional � pr�tica da indexa��o, que dificulta a queda dos pre�os.

Ainda assim, h� progressos a comemorar: as taxas superavam a infla��o em 15% h� dez anos e em 7% h� cinco. No governo Lula, nunca ca�ram abaixo de 4%.

A experi�ncia recente acabou por enfraquecer a tese, popular entre petistas e heterodoxos, de que os juros s�o o principal obst�culo ao progresso do pa�s.

Defici�ncias na infraestrutura, na administra��o p�blica e na educa��o ganharam posi��es na lista de culpados.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da p�gina