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POUPANÇA
Incentivos buscam conter sangria das cadernetas
Bancos tentam segurar os investidores com promoções
RODRIGO FRANÇA
da Reportagem Local
Depois de assistir à saída de R$
6,46 bilhões das cadernetas de
poupança, neste ano, os bancos
começam a reagir na tentativa de
segurar os investidores e conter a
sangria da mais tradicional aplicação do mercado.
"Os bancos estão investindo pesado na tentativa de atrair recursos para a poupança, pois precisam desse dinheiro para financiar
o crédito imobiliário", explica
Reinaldo Lacerda, diretor de produtos do BankBoston.
A última novidade nessa caça ao
poupador é a ausência de cobrança de juros no cheque especial para quem aplica na caderneta. Os
poupadores do BankBoston, por
exemplo, têm direito a usar por 29
dias um saldo equivalente a 30%
do total aplicado na poupança.
"Sobre esse valor, não é cobrado
nenhum juro durante os 29 dias",
explica Lacerda.
O Banco do Brasil também está
oferecendo juros menores no
cheque especial para quem mantém depósitos em poupança. "É
uma forma de compensar a vantagem da liquidez diária que os
fundos têm", explica Cássio
Marx, gerente da divisão de captação do Banco do Brasil.
A liquidez diária, em vigor desde 2 de agosto na maioria dos fundos de investimento, foi um dos
principais fatores que levaram à
migração de recursos da poupança para fundos -sobretudo os
mais conservadores, como o DI,
que acompanha os juros, tem baixo risco e maior rentabilidade.
"A captação dos fundos foi incrivelmente alta em agosto, e boa
parte desses recursos saiu da poupança", aponta José Cássio Costa
Bariani, diretor da Invest Tracker,
empresa que analisa fundos de investimento. A bancária Glauce
Fátima de Godói (foto) é uma das
antigas poupadoras que, agora,
prefere os fundos.
O mês de agosto foi o segundo
maior na fuga de capitais da poupança (veja quadro), perdendo
justamente para junho, quando o
governo anunciou o aumento no
redutor da TR (Taxa Referencial),
que prejudicou sensivelmente a
rentabilidade da poupança. De,
em média, 1,2% nos meses anteriores, caiu para 0,75% atuais.
Em novembro, a poupança fechou o mês com captação líquida
positiva (depósitos menos resgates), pela primeira vez desde fevereiro.
Por conta dos depósitos do 13�
em contas-salário, R$ 326 milhões engordaram o patrimônio
da caderneta naquele mês, segundo dados da Abecip (Associação
Brasileira de Crédito Imobiliário e
Poupança). Em dezembro, esse
número continua alto: R$ 777 milhões (até o dia 9).
Com a queda nas taxas de juro,
a diferença entre a rentabilidade
da poupança e dos fundos conservadores deve ficar menor. "Com
juros baixos, a remuneração fixa
da poupança, de 6% ao ano, começa a ser significativa", diz
Marx, do BB. "Como a poupança
não paga CPMF e Imposto de
Renda, os ganhos líquidos ficam
bem próximos dos fundos, sobretudo para montantes pequenos",
completa.
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