São Paulo, Segunda-feira, 20 de Dezembro de 1999


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NA REDE
Investimentos já fazem parte dos planos dos jovens
Adolescentes aplicam as suas mesadas em ações e poupança

da Reportagem Local

Ganhar dinheiro deixou de ser uma chatice dos adultos para integrar a lista de diversões de muitos adolescentes.
Muitos adolescentes iniciaram suas incursões pelo mercado financeiro por meio da Internet, aplicando a mesada em ações. Também se interessam por investimentos simulados (25% dos participantes do "Folhainvest em Ação" têm menos de 21 anos) e ainda participam de fóruns de discussão e bate-papo sobre finanças.
Apesar do crescente interesse, os adolescentes continuam com uma dificuldade crônica da idade: a falta de recursos. "Eles não dispõem de muito dinheiro para investir, já que poucos trabalham e têm na mesada a única forma de renda", diz Sérgio Conti, gerente da agência BB Teen do Shopping Paulista, em São Paulo.
Um ponto em comum é a aplicação escolhida. "A maioria acaba aplicando mesmo na poupança", afirma o gerente do BB. Para os analistas, outras modalidades de aplicação não deveriam ser descartadas.
"Quem é jovem pode se arriscar mais, já que tem horizonte de investimento maior", diz Sérgio Kulikovsky, diretor da corretora NetTrade.
As ações são indicadas para quem pode deixar o dinheiro aplicado por vários anos.
Para quem quer entrar no mercado de ações, uma alternativa pode ser os fundos de investimento que, em alguns casos, aceitam aplicação a partir de R$ 100. É possível, ainda, negociar ações pela Internet, no sistema "home broker" da Bovespa.
Essas opções exigem dedicação porque são de maior risco. Mas são encaradas por vários adolescentes como uma forma de começar a entender o mercado.
Já a renda fixa é mais indicada para quem não quer deixar o dinheiro empatado em ações por muito tempo.
Mesmo assim, antes de decidir onde aplicar, os jovens devem definir bem o seu horizonte de investimento e quanto risco desejam aceitar para tomar decisões.
"Ser jovem não deve ser o único requisito para investir na Bolsa. Quem precisa do dinheiro no curto prazo, por exemplo, não deve aplicar em ações", afirma Raquel Corrêa, diretora de marketing da Hedging-Griffo.

Novos produtos
O mercado já percebeu o interesse dos jovens por finanças e corre atrás desses clientes.
O Banco do Brasil, por exemplo, anunciou que vai reformular sua agência "teen" no final deste ano para fazer melhorias visando atrair novos investidores.
"Até fevereiro teremos mais terminais conectados à Internet. Vamos também promover debates com os próprios clientes em temas que envolvam o mercado financeiro", explica Sérgio Conti.
Atualmente, são mais de 20 mil os jovens correntistas do BB. Esses clientes têm cartão magnético próprio. O banco exige a aprovação do pai ou responsável, que cede o seu número de CPF. (RF)



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